A televisão, o jornal, o rádio, a mídia em geral utiliza-se, invariavelmente, de termos como “Primeio mundo” e “Terceiro Mundo”. São expressões indiscriminadamente usadas para designar respectivamente os países ricos e pobres. De todos esses termos, o primeiro a surgir foi “Terceiro Mundo”, no ano de 1952. Foi sugerido por um estudioso francês, chamado Alfred Sauvy (demógrafo). O termo trata-se de uma “comparação entre os países pobres e o terceiro estado da França nas vésperas da Revolução de 1789. O terceiro estado era constituido pela burguesia [...] e pelo povo em geral” (VESENTINI, 2004)Logicamente podemos pensar: Se existe/existiu um “Terceiro Mundo” e existe/existiu um “Primeiro Mundo”, então, deve haver, também, um “Segundo Mundo”. O raciocínio está correto! O Segundo Mundo, antigamente, tratava-se dos chamados Estados Socialistas. Hoje, esses Estados são chamados de “Economias de Transição”. Com o fracasso do socialismo na então União Soviética e seu conseqüente desmantelamento (1991) os países do Segundo Mundo iniciaram a sua transição de volta ao sistema capitalista, de mercado. “Economia de Transição” é um termo utilizado pela ONU, UNESCO, Banco Mundial e ainda outros órgãos internacionais para se referir aos países socialistas ou que seguiam uma economia planificada, e, que atualmente buscam sua inserção definitiva no capitalismo. A transição nas nações ex-socialistas não se dá de maneira igual. Em sua caminhada de retorno ao capitalismo algumas nações avançam mais rapidamente que outras. Vejamos isso rapidamente. A então Alemanha Oriental é hoje uma província da Alemanha. Sua incorporaç ão se deu em 1990 meses após a queda do Muro de Berlim (1989). É sem dúvida a região que mais se desenvolveu, graças à injeção de pesados recursos por parte da então Alemanha Ocidental; mais desenvolvida e industrializada. O problema enfrentado pela região é o preconceito, discriminação. A população dos alemães orientais é vitima de exclusões feitas pelos alemães ocidentais que se consideram os “verdadeiros alemães”. Esse preconceito se dá porque, na verdade, a integração deste território tem saído muito onerosa ao Estado; pois se trata de uma região menos desenvolvida. Outros países que podemos considerar avançados em suas transições são: República Theca e Eslovênia, acompanhados de perto por Hungria, Polônia e Croácia. A República Theca separou-se da Eslováquia e vem crescendo economicamente ano a ano. Os tchecos sempre quiseram se separar dos eslovacos, pois estes últimos eram menos desenvolvidos e acabavam por ser um “peso” econômico a ser carregado. Hoje a República Tcheca já não enfrenta tantos problemas como os do desemprego e da inflação. A Eslovênia era a região mais desenvolvida e rica da Iugoslávia; possuindo muitas indústrias. Com a separação, a Eslovênia tem mostrado um desenvolvimento bastante rápido. Hungria, Polônia e Croácia deverão expandir ainda mais suas economias o que provavelmente ocorrerá com sua entrada na União Européia (Hungria, Polônia, e, também, República Tcheca e Eslovênia foram admitidos em 2004). Quase no mesmo patamar destas nações podemos destacar ainda Letônia, Estônia e Lituânia que hoje não dependem mais da Rússia. Em último lugar nesse grupo destacam-se Bulgária e Romênia que contam ambos com problemas na transição: possuem industrialização defasada. Num grupo intermediário seguem Rússia, Casaquistão, Ucrânia, Moldávia, Belarus, Albânia, Eslováquia, Sérvia e Montenegro. Todos estes enfrentam problemas de desemprego, inflação, descontentamento popular e surgimento de partidos políticos conservadores que podem levar a um retrocesso. No extremo oposto do processo de transição há países que pouco ou nada avançaram, tais como: Coréia do Norte e Cuba. Estas nações insistem no modelo socialista e planificado, porém são obrigados a fazerem algumas transformações, aberturas econômicas, etc. Há, ainda, para finalizar, países que faziam parte do antigo mundo socialista e que são indiscutivelmente considerados como do “Sul subdesenvolvido”: Mongólia, Vietnã, Laos, Camboja, Moçambique, Angola, Usbequistão, Tajiquistão, Turcomenistão e Azerbaijão. “Alguns desses países são ricos em petróleo ou gás natural, outros têm populações islâmicas radicais; alguns dependem até hoje da Rússia [...] outros, como o Vietnã, têm sido mais bem sucedidos na industrialização recente. Deixando de lado as diferenças que existem entre os países deste último grupo” (VESENTINI, 2004).
Para simplificar o estudo:
“Ranking” das “Economias de Transição”: 1. Alemanha Oriental; 2. República Tcheca e Eslovênia; 3. Hungria, Polônia e Croácia; 4. Letônia, Estônia e Lituân; 5. Bulgária e Romênia; 6. Rússia, Casaquistão, Ucrânia, Moldávia, Belarus, Albânia, Eslováquia, Sérvia e Montenegro; 7. Coreia do Norte e Cuba; 8. Vietnã; 9. Mongólia, Laos, Camboja, Moçambique, Angola, Usbequistão, Tajiquistão, Turcomenistão e Azerbaijão. Obs: A China é um caso totalmente à parte e merece estudo separado por conter uma série de particularidades. |