Fonte da Ilustração: Arte/Folha Online
Sobre esta notícia não há muito que comentar: os dirigentes russos (desde 2008) não estão nem um pouco preocupados com a opinião internacional. Não estão, também, interessados nas queixas por parte dos dirigentes georgianos (país pequeno) que reclamam do apoio russo às tropas separatistas que, com isso, ganham, a cada dia, mais e mais força no lento, violento, mas irreversível processo de separação da Geórgia.
Resultado: sangue, e, em breve, dois novos Estados no Globo: Ossétia do Sul (processo iniciado em 2008) e Abkházia (mais recente, 2009). Acompanhe:
da Folha Online
O Ministério russo das Relações Exteriores anunciou nesta terça-feira que Moscou vai reforçar a cooperação, incluindo a militar, com as separatistas Abkházia e Ossétia do Sul, na Geórgia, e pediu ainda que outros países reconheçam as duas regiões como Estados independentes.
"Estão sendo elaborados 36 acordos com a Ossétia do Sul e 43 documentos bilaterais com a Abkházia", afirma o ministério em comunicado --que deve agravar a já delicada relação entre Geórgia e a Rússia, que vivem um momento de escalada de tensão um ano após a guerra pelo controle das duas regiões. Arte/Folha Online
Segundo o comunicado, os acordos marcam o primeiro ano do reconhecimento de Moscou da independência das duas regiões separatistas --que não foi reconhecida por Tbilisi.
"Os acordos dizem respeito ao desenvolvimento e ao fortalecimento da cooperação em âmbito militar, a assistência socioeconômica, a reconstrução das infraestruturas econômicas e de transporte", diz ainda a nota.
O ministério lembrou ainda que apenas a Rússia e a Nicarágua reconheceram a independência das duas regiões.
"Uma ampliação do processo de reconhecimento internacional da Abkházia e Ossétia do Sul contribuiria, sem dúvidas, para reforçar mais a paz e a segurança na região", afirma a chancelaria em um comunicado.
A decisão da Rússia de reconhecer Abkházia e Ossétia do Sul em 26 de agosto de 2008, em consequência de sua guerra com a Geórgia, foi condenada pela comunidade internacional, que considera as regiões parte do território da Geórgia.
Guerra
Tropas da Geórgia invadiram no dia 7 de agosto de 2008 a Ossétia do Sul, região separatista que declarou independência no começo dos anos 90, provocando a reação da Rússia, que apoia a secessão e mantém forças de paz na região.
Nos dias seguintes, a Rússia enviou tropas para a Ossétia, bombardeia o território georgiano e abre uma nova frente de conflito na região separatista de Abkházia, no noroeste da Geórgia.
A guerra matou pelo menos 390 civis e no seu auge deixou mais de 100 mil desabrigados. Um pacto de cessar fogo não cumprido e tiroteios esporádicos mantêm vivo o risco de novo conflito.
O presidente da Geórgia, Mikheil Saakashvili, diz que a Rússia estimulou o separatismo e invadiu antes de ele agir, uma acusação que Moscou refuta.
A Geórgia afirma que a invasão foi planejada como punição por sua posição pró-ocidental e por sua tentativa de entrar na aliança militar da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte).
Fonte: Disponível em:
<http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u614473.shtml>.
Acesso em: 25 ago. 2009