Eu fiquei
pasmo ao ver a capa de Zero Hora de 23 de maio do presente ano. No cabeçalho,
em destaque, conforme pode ser visto na imagem abaixo (Figura 1), em tom de
elogio, toda uma faixa etária de
mulheres – as de 40 anos ou mais – é, eufemisticamente, chamada de narcisista, infiel (para usar o adjetivo mais leve) e de preguiçosa (também para usar o adjetivo mais leve).
(Figura 1)
Qual não foi
a minha surpresa ao ver o mesmíssimo assunto voltar a tona no “Jornal doAlmoço” do dia seguinte (24 maio), onde, em entrevistas pelas ruas do centro da
capital, muitas mulheres confirmaram
a chamada: “as mulheres gaúchas traem mais
do que as do resto do país”. Várias foram as que confessaram frente á câmara,
com um farto sorriso no rosto, já terem traído seus maridos...
Sou
professor. Há anos tenho me deparado com as conseqüências que a destruição da
família tem infligido na verdadeira multidão de jovens e adolescentes que já
passaram por mim. É um sem número de problemas, a grandessíssima maioria deles
associados com as subliminaridades escondidas na programação da Mídia brasileira (quiçá mundial). Verdade
seja dita, então, não só da programação da RBS-TV, bem como, da Rede Record,
SBT, Bandeirantes, etc. Não é o objetivo do presente texto abordar o lixo veiculado por programas, tais como:
“Pânico na TV”, passando por “Domingão do Faustão”, até chegar ao “Programa do
Gugu”, só para citar alguns. Não bastasse isso, a mídia destinada às notícias, aquela que deveria estar carregada de
idoneidade, também está sendo percolada por agendamentos que visam a destruição
da família. Mídia impressa, mídia
televisiva e de radiodifusão noticiosas têm abordando constantemente o narcisismo, a infidelidade e a inépcia das
mulheres, sobretudo o das gaúchas...
Você, caro
leitor, porém, não se engane: das entrevistas feitas pela RBS-TV são mostradas
apenas as que convém à emissora. Mesmo as entrevistas das mulheres que disseram
nunca terem traído seus maridos, são escolhidas e apresentadas as que
dão a entender que elas não estão falando sério. São mostradas aquelas que, de
uma forma ou de outra, sugerem que a pessoa a falar não tem credibilidade e/ou
não está sendo sincera; uma que se autodenuncia através de uma convenientemente
muito bem filmada risada amarelada no final da fala; outra, que numa gaguejada autodelatora
e através de um olhar evasivo demonstra receio. Tudo forjado. Tudo
milimetricamente pensado para demover você, caro leitor, de suas convicções e
convencê-lo a fazer o mesmo: trair...
O que é ainda
pior: a reportagem é revestida com o status
de “ciência”, pois, as frases-chave
“a estatística aponta...”, e, “uma
pesquisa feita” são assinaladas com destaque...
É lastimável
que contemos com uma Mídia tão
podre...
Entretanto,
como professor, tenho visto, também entre a multidão de jovens que já passaram
por mim, e que sofreram e sofrem com os problemas advindos da desestruturação
da família, muitos e muitos casos de estudantes que percebem as artimanhas da Mídia, e que não estão nenhum pouco dispostos ou predispostos (como querem os “barões da mídia”) a trair e/ ou a viver uma vida vazia...
Tenho visto casos de jovens que dizem um sonoro não às artimanhas mais ou menos sedutoras de uma Mídia que só quer erotizá-los,
pornografizá-los e pervetê-los...
Deste modo, sim!!!: há esperança no horizonte da
porcaria e da podridão que é a Mídia nacional.
Vide, por exemplo, a imagem abaixo (Figura 2) retirada de uma postagem do Facebook. Uma publicação
elaborada por jovens e compartilhada muitas
vezes pelos mesmos:
(Figura 2)
É mais do que
hora de olhar com mais crítica aquilo que nos é apresentado como realidade e cientificidade. Em verdade, já passa da hora de rechaçar os “novos padrões” de comportamento que algumas
pessoas têm o interesse de nos vender, padrões que tem por objetivo destruir a família,
e, por conseguinte, a felicidade de homens, mulheres, jovens e crianças...
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