Na linha de uma postagem anterior,
e, como professor, ainda com a preocupação a respeito do primado da razão sobre uma outra certa “razão”, que
na verdade é uma antirazão totalmente
prejudicial à libertação dos estudantes, penso junto com Rouanet (1987) quando
ele escreve que:
“[...] a razão [tem] jurisdição
sobre o mundo dos valores e dos fins, porque o universo das normas, ou do
Dever-ser, está sujeito aos mesmos critérios de racionalidade processual que o
universo dos fatos, ou do Ser: nos dois casos, só a argumentação racional pode
decidir da validade de uma afirmação que se pretende verdadeira, ou de uma
norma que se pretende justa.” (ROUANET, Sergio Paulo. As razões do iluminismo. São Paul: Companhia das Letras, 1987, p.
15.).
Penso também com Rouanet (1987)
quando ele afirma que:
“Temos de reformular a frase de
Goethe: ‘cinzenta é toda a teoria, e verde apenas a árvore da vida’. Verde é
toda a teoria que liberta, e cinzenta toda vida que se fecha à razão” (ROUANET,
Sergio Paulo. As razões do iluminismo.
São Paul: Companhia das Letras, 1987, p. 20.).
Penso que um professor deve se
preocupar com isso. Preocupar-se, por outros termos, em construir com seus estudantes uma norma culta. Um pensamento
verdadeiramente crítico que mereça ser chamado de razão. Uma razão capaz de
libertar. Algo que encaminhe ao chamado último estágio (ou estádio, se se quiser) que se pode alcançar dentro da epistemologia
genética, que, para Piaget, superando-se os estágios sensório-motriz, pré-operatório
e o das operações concretas, trata-se
do das operações formais.
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