Quando ouvimos falar na guerra entre EUA e Iraque, bem como outros conflitos em regiões visadas pelo Tio Sam, logo nos vem à mente que os USA são muito ambiciosos e diretos em seus interesses. Isso nos leva a crer que o Brasil é um país diferente, um país pacífico. Os fatos que nos fazem pensar assim não são ingênuos. O Brasil, de certa forma, sempre serviu como que um xerife na América do Sul. Lembremo-nos dos freqüentes incidentes entre Brasil X Peru, a antiga guerra contra o Uruguai e outros feitos mais recentes que extrapolam em muito nossas fronteiras como a intervenção conjunta com a ONU no Haiti. Todos esses atos militares em si nos apresentam um Brasil bélico e ativo, embora movido por interesses externos, e, é claro submisso, não lutando por algo realmente seu, de seu interesse. Fora da América do Sul, em outro continente, temos um inimigo geopolítico bastante expressivo. Trata-se da África do Sul. Esse país sempre disputou, contra o Brasil, “espaço” no cenário mundial. Pelo fato de ser um país pobre como nós, a África do Sul vê, no momento, as mesmas perspectivas que o Brasil, para se tornar desenvolvida. Hoje um pouco mais calma, a relação entre esses dois países guardou alguns desentendimentos consideráveis nas relações comerciais (ler discurso do então presidente Fernando Henrique Cardoso realizado na Universidade de Witwatersrand.Joanesburgo, África do Sul, 27 de novembro de 1996). Como está o pensamento político com relação a isso hoje? Como nossos políticos pensam a Geopolítica brasileira? Lembremos alguns políticos da época de ouro brasileira: José Bonifácio, no tempo da “independência” e Rui Barbosa, na instauração da república. Tais homens idealizavam um Brasil inigualável, com posição geopolítica bem definida no cenário mundial. Acompanhemos o trecho de um discurso de Bonifácio: “E que paiz esse, senhores para uma nova civilização e para o novo assento das Sciencias! Que terra para um grande e vasto Imperio! Banhada suas costas em triangulo pelas ondas do Atlantico; com um sem numero de rios caudaes, e de ribeiras empoladas que o retalham em todos os sentidos, não ha parte alguma do sertão, que não participe mais ou menos do proveito que o mar lhe póde dar para o trato mercantil, e para o abastecimento de grandes pescarias (...) Capazes de crear todas as produções da terra inteira. Seu assento central quase no meio do globo, de fronte a porta com a África, que deve senhorear (...) Com a Europa à esquerda, tal outra região não lhe pode igualar? Riquisimo nos três reinos da natureza, com o andar dos tempos nenhum outro paiz poderá correr parelhas com a Nova Lusitana. Consideramo-la agora pelo lado político, um reino (...) Com pouca gente das classes poderosas, que muitas vezes separam seus interesses particulares dos da nação, e do estado; de que mercês precisa? Fomentar e não empecer: basta-lhe a segurança pessoal e a liberdade sóbria da imprensa, de que já goza; e uma nova educação physica e moral: o mais pertence à natureza e ao tempo.” (Trecho do “Discurso Histórico recitado na sessão Pública de 24-6-1819”, por José Bonifácio de Andrada e Silva, Secretário da Academia Real das Ciências de Lisboa.)
Muito nos entristece, perceber que, perdidos em tanta corrupção, perdemos a oportunidade de nos firmarmos como potência que somos. Rui Barbosa diria que: "Toda a capacidade dos nossos estadistas se esvai na intriga, na astúcia, na cabala, na vingança, na inveja, na condescendência com o abuso, na salvação das aparências, no desleixo do futuro.". (Rui Barbosa – Colunas de Fogo, 79).
O Brasil está literalmente, a tempo, deixando de investir em ciência e tecnologia. Isso terá conseqüências drásticas no futuro. O site da BBC traz uma informação que nos coloca atrás da África do Sul. Diz respeito da inauguração do maior telescópio astronômico do Hemisfério Sul, situado naquele país. São esses os diferencias que colocarão uma nação à frente da outra no cenário mundial. Investir em pesquisa não é A SOLUÇÃO. Não sejamos ingênuos. Porém essas atitudes e investimentos encaminham, direcionam a um sentido toda uma nação.
África inaugura maior telescópio do Hemisfério Sul
David Buckley, cientista de projeto do Salt, o Grande Telescópio Sul-Africano O maior telescópio do Hemisfério Sul foi inaugurado nesta quinta-feira na África do Sul. Localizado em um planalto isolado, a quatro horas de viagem da Cidade do Cabo, na cidade de Sutherland, o Grande Telescópio Sul-Africano (Salt, na sigla em inglês) domina os arredores. O lugar sempre foi o preferido para a instalação dos principais observatórios astronômicos da África do Sul, há mais de 50 anos, mas o novo telescópio é muito maior do que os outros sete que já estão no planalto. A maior parte da verba para sua construção é sul-africana, mas ele se transformou "em um projeto simbólico para África", segundo David Buckley, cientista do projeto. "(O telescópio) Une astrônomos de todo o continente e do resto do mundo." Baixas temperaturas O Salt fica na região árida de Karoo. Ele tem 91 espelhos hexagonais e cem toneladas de metal, que são levantadas por meio de pistões. "Projetamos o telescópio por uma fração do custo normal, sem perder em resolução. Nos concentramos em tornar o equipamento capaz de detectar luz com baixo comprimento de onda, então esta máquina é capaz de ver coisas que outros telescópios não conseguem", disse Buckley. "Este telescópio pode detectar uma fonte de luz do tamanho da chama de uma vela na Lua", acrescentou. A localização do telescópio também ajuda: fica a 1,5 mil metros acima do nível do mar, a centenas de quilômetros da cidade mais próxima. Há pouca poluição atmosférica ou de outras fontes de luz, o que significa condições de observação quase perfeitas. Jovens cientistas Além de David Buckley, já estão trabalhando no observatório Sandisa Siyengo, estudante de física de 23 anos, junto com seu grupo de jovens cientistas negros. "Durante décadas, sob o regime do apartheid, negros tinham uma educação abaixo do padrão. Sei qual o caminho percorrido pelo meu país e fico feliz por termos recebido a chance de nos envolver com ciência", disse Siyengo. O telescópio custou ao governo sul-africano cerca de US$ 10 milhões (cerca de R$ 21,1 milhões). Os US$ 30 milhões (cerca de R$ 65,3) restantes foram pagos por universidades e institutos de pesquisa do mundo todo. Mas algumas pessoas questionam se os US$ 10 milhões poderiam ter sido usados para pagar por outras necessidades educacionais do país. "Muitas pessoas na África do Sul não têm acesso a escolas com livros. Gostaria de ver os milhões de dólares gastos neste projeto indo para o treinamento de mais professores e para a compra de mais equipamentos para escola", disse Sakkie Blanchay, porta-voz de ciências do Partido Aliança Democrática, de oposição.
David Buckley, cientista de projeto do Salt, o Grande Telescópio Sul-Africano (FONTE: https://x.gd/viPhT)
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