sexta-feira, 9 de maio de 2008
A propósito, e a Amazônia?!



Embora haja dois pontos de vista diametralmente opostos acerca do clima global (uns, que são alarmistas, defendem que o planeta vive um momento de mudanças climáticas extremas provocadas pelo homem – trata-se da posição dos que sustentam que a Terra estaria “fritando”, e, por esse motivo, são chamados de fryers; outros, os contestadores, defendem que toda essa história de Aquecimento Global é uma grande bobagem – para estes, inclusive, nosso planeta estaria passando por um período de congelamento, razão pela qual este grupo recebe o nome de freezers – usada, inclusive, para impedir o crescimento econômico de alguns países e continentes, como é o caso da África), não se pode ignorar as atuais transformações que o planeta vem apresentando em termos de manifestações meteorológicas.

A América do Norte teve o seu inverno mais frio; nunca havia apresentado tamanhas nevascas e baixas temperaturas. Quem imaginaria que na Europa, de clima predominantemente temperado, verificar-se-ia a temperatura de 47,3 graus Celsius, como em 2003? Temperaturas que, posteriormente, em 2006 e 2007, se repetiram tanto no verão da América do Norte, quanto no da Europa? Mais regionalmente, quem não se espantou com a força dos ventos do ciclone extratropical que atingiu os Estados do Rio Grande e Santa Catarina?

Tudo isso é demasiadamente intrigante... Faz as pessoas pensarem em como seria o degelo das calotas polares. Nesse sentido, a mídia não cansa de prever como seria esse aumento no nível dos mares. Por sua vez, a questão do gás carbônico também está sempre na pauta. Nessa sopa de incertezas e teorizações, nada estaria sendo esquecido?

A propósito, e a Amazônia?! Em décadas passadas, o bioma equatorial amazônico era constantemente relacionado às mudanças climáticas. Falava-se que se a floresta fosse derrubada o mundo inteiro sofreria. Dizia-se que a Amazônia era o “pulmão do mundo”; idéia errônea que, imediatamente, foi derrubada ao se argumentar que a Amazônia não era o “pulmão do mundo”, mas sim, o “condicionador de ar do mundo”.

Fato é que, pouco a pouco, a grandiosa floresta equatorial foi sendo retirada dos agendamentos midiáticos, sendo que, hoje, passou de centro à periferia nos assuntos climáticos veiculados pela mídia.

Parece que os interessados em tirar a Amazônia da pauta, conseguiram o que queriam! Atualmente cientistas especializados nesse tipo de assunto não mais são chamados a darem esclarecimentos e instruções na televisão, rádio ou jornais. Pesquisadores, tais como, Philip Fearnside, escrevem e falam para alguns poucos lerem e ouvirem, e, o que é pior, o que eles dizem cai no vazio. Fearnside, o que parece um apelo, ressalta que 3 trilhões de dólares por ano serão gastos para se controlar o efeito estufa ocasionado pela derrubada da floresta. Outra estimativa, feita pela equipe da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos, postulou que os benefícios gerados pela Amazônia somam 1,1 trilhão de dólares por ano. No entanto, nem esse apelo econômico pareceu comover os gananciosos. Assim, o mundo neoliberal, na ânsia de lucrar cada vez mais, acaba por promover um consumo cada vez maior.

Em recentes pesquisas a mídia reapresenta aquilo que ela mesma ajudou a enterrar; o sepultamento da Amazônia no que se refere aos assuntos climáticos. A revista Veja, por exemplo, publicou uma reportagem especial sobre a Amazônia onde é possível se ver, em imagens de satélite, a triste situação de partes da floresta que, literalmente, desapareceu.


Dos tempos de faculdade, o presente autor ainda se lembra da fala de um colega que caçoava: “Aquela floresta é tão grande que NUNCA vai desaparecer”. Era uma idéia vendida por muitos “profissionais” ligados ao meio ambiente; opinião, aliás, sem qualquer respaldo científico. Vê-se hoje que a coisa não era assim.

A Amazônia foi esquecida por nós, por TODOS nós... Mesmo na escola, ela deixa de ser assunto central. Nas últimas décadas, o que se viu foi o recrudescimento dos desmatamentos na Amazônia. Hectares e mais hectares de madeira nobre são levados diariamente. O contrabando nunca esteve tão forte, e, sua outra face, a biopirataria, nunca foi tão subestimada.

Estaremos contaminados pela bactéria midiática que reproduz só o que interessa, enquanto o saque é feito diante de nossos olhos?

Ponto para se refletir...

posted byDonarte N. dos Santos Jr.@sexta-feira, maio 09, 2008   7comments
sexta-feira, 2 de maio de 2008
Ainda sobre heróis, anti-heróis e ideologias


O presente autor foi, nesse feriado (1º maio), ver o filme Homem de Ferro. Diferentemente de Jumper (vide postagem anterior), é um filme sobre super-herói, e, o que é melhor, sobre super-herói de verdade.

O Homem de Ferro, aliás, é um super-herói da década de 60, mais especificamente 1963, ano de sua criação por Stan Lee.

O argumento do filme não é nada mal: Tony Stark é um inteligente engenheiro e empresário norte-americano. Tony leva uma vida ao estilo norte-americano rico; fútil e preocupada com a maximização dos lucros. O seu negócio é vender armas tecnológicas que são compradas pelos exércitos de outros países. Faz isso, segundo ele, para “proteger as pessoas”.

Tudo muda, porém, quando o Stark é sequesrtrado por uma facção terrorista auto-intitulada “100 anéis”, que passa a obrigá-lo a reconstruir uma de suas mais mortíferas armas, o míssel “Jericó”.

No cárcere, ao invés de construir o afamado míssel, Stark constrói uma poderosa armadura blindada e foge, matando alguns dos terroristas. Voltar-se-á à questão terrorista adiante.

O filme prossegue com o retorno de Stark ao mundo dos negócios, ocasião onde ele anuncia o fim da produção de armas, arranjando, com isso, seu primeiro e clássico inimigo, Obadiah Stane, seu sócio nas empresas. Stane, ambicioso traficante de armas, com o tempo, consegue reproduzir a primeira armadura de Stark, transformando-se no “Monge de Ferro”.

Este é o ponto alto do filme: Stark, percebendo que as armas que fabrica vão, no final das contas, parar nas mãos de criminosos, decide fazer justiça com sua armadura, agora aprimorada. Com isso, vira, de vez, o Homem de Ferro. A frase-chave, neste ponto, é algo assim: “As armas que eu vendo para proteger as pessoas estão matando-as. Tenho que proteger as pessoas das armas que eu criei para protegê-las!”.

Voltando à questão questão terrorista, cumpre dizer que este é um grave erro do filme. Os produtores da película transformaram os criminosos receptores das armas de Stark em terroristas muçulmanos, repetindo, assim, o ranço contra o Islão. Esse ponto é digno de nota por duas razões muito intrigantes:

Primeira: os muçulmanos acossiados ao mal, no filme, indicam que as HQ´s são utilizadas como geradoras e divulgadoras de certas ideologias. E isso não é nenhuma novidade, basta lembrar as revistas do Capitão América, especialmente a edição onde o mencionado herói joga, com um soco, Adolf Hitler dentro de uma lata de lixo. Sabe-se que mencionado número da revista do América inlfuenciou toda uma geração de crianças, jovens e até adultos (com relação ao entretenimento e sua influência sobre as crianças, ver postagem anterior). Ainda com relação às HQ´s e sua mensagem geopolítica legitimadora, basta lembrar os quadrinhos do Fantasma, que lutava contra os terríveis pigmeus; nítido meio para se legitimar a colonização dos ingleses na África. Para Viana (2004), aliás, era o que acontecia com as revistas do Tarzan:


Tarzan, um nobre inglês, é o rei das selvas africanas, dos “macacos” e nativos, que se depara com civilizações antigas, exóticas, e promove a justiça e a ordem. Por detrás da máscara de “missão civilizadora”, o que temos é uma missão colonizadora.
Segunda: o filme não é fiel às origens. Originalmente, na década de 1960, os criminosos que seqüestravam Stark eram os vietcongues (não por acaso, pois, na época, os norte-americanos estavam em guerra contra o Viatnã). Isso denota, novamente, uma forte tendencia ideológica.

No mais, o filme traz, pelo menos, o retorno do verdadeiro super-herói, aquele que com seus superpoderes tenta salvar o mundo.

Como palavras finais, parece ser oportuno dizer que o Homem de Ferro não possui superpoderes, tais como os do anti-herói jumper. Sua única força está na sua armadura, e, apesar disso, ele resolve lutar contra o mal.

Assim sendo, tirando o fato lastimável de, no filme, o mal ser representado por muçulmanos, e, também, sabendo-se que um filme desses sempre tem, por trás de si, uma forte ideologia, pode-se destacar, como fator positivo, o fato de o filme trazer o retorno do verdadeiro super-herói: aquele que procura salvar o mundo.

REFERÊNCIAS

VIANA, Nildo. Revista Espaço Acadêmico. n. 35, abrl/2004. Disponível em: <http://www.espacoacademico.com.br/035/35cviana.htm>. Acesso em: 02 maio 2008.
posted byDonarte N. dos Santos Jr.@sexta-feira, maio 02, 2008   0comments
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Algumas ideias que batizaram e permeiam o presente ciberespaço; pensamentos mais ou menos fixos que o autor tem:
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A Mitologia Grega...:

- “A Argo: Nave dos Argonautas, construída sob a direção de Minerva, nos bosques de Dodona. O termo significa ‘rápido.’

O Fernando Pessoa...:

- o seguinte poema do escritor português:


Navegadores antigos tinham uma frase gloriosa: "Navegar é preciso; viver não é preciso". Quero para mim o espírito [d]esta frase, transformada a forma para a casar como eu sou: Viver não é necessário; o que é necessário é criar. Não conto gozar a minha vida; nem em gozá-la penso. Só quero torná-la grande, ainda que para isso tenha de ser o meu corpo e a (minha alma) a lenha desse fogo. Só quero torná-la de toda a humanidade; ainda que para isso tenha de a perder como minha. Cada vez mais assim penso. Cada vez mais ponho da essência anímica do meu sangue o propósito impessoal de engrandecer a pátria e contribuir para a evolução da humanidade. É a forma que em mim tomou o misticismo da nossa Raça. (Fernando Pessoa)



A antipatia a Nietzsche...:

- Parece poder ser possível usar o Nietzsche contra ele mesmo: "Nietzsche vs Nietzsche", pois o que ele escreve, se bem analisado, é contraditório (no mal sentido do termo). Assim, isso é bem possível de ser feito...

A contra-argumentação aos céticos...:

- “Só se poderia negar a validez à demonstração se se provasse, com absoluta validez, que o homem nada pode provar com absoluta validez” (SANTOS, Mário Ferreira dos. Filosofia Concreta. São Paulo: É Realizações, 2009, p. 61).

 
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    Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil
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    - É Licenciado em Geografia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS).
    - É Especialista no Ensino de Geografia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS).
    - É Mestre em Educação em Ciências e Matemática (PUCRS).
    - É Mestrando em Filosofia (PUCRS).
    Atuação Profissional:
    - Foi Técnico em Geoproce ssamento do L/li/liaboratório de Tratamento de Imagem e Geoprocessamento (LTIG) da PUCRS.
    - É Professor da Prefeitura Municipal de Porto ALegre.
    Título da primeira dissertação de mestrado:
    “Geografia do espaço percebido: uma educação subjetiva”, que alcançou grau máximo obtendo nota 10,0.

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