quarta-feira, 27 de julho de 2005
África
Sempre preocupado em oferecer material para leitura e pesquisa, pósto para vocês (mais para os alunos), uma boa reportagem que saiu no site da BBC/Brasil (linck em meus linck´s), sobre o continente africano.
Enquanto os ingleses preocupam-se em defenderem-se de possíveis atentados e em seu pavor acabam matando inocentes. A África está mais esquecida do que nunca. Apenas uns poucos e fracos auxílios vêm dos países ricos. Poderiam dizer alguns: “Azar é deles, quem mandou não controlarem a SIDA e investirem em cultura!”. Porém a pobreza no continente africano é fruto de uma colonização brutal, proposital e que nunca mais permitiu que esses países saíssem de conflitos étnicos, tribais, sociais e nunca mais puderam parar de lutar pelo território.
Boa leitura!!!!!!!
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Pobreza:
A maioria dos países da África Subsaariana está na categoria de países do Banco Mundial com Renda Nacional Bruta (RNB) inferior a US$ 765 per capita por ano. Etiópia e Burundi estão em situação mais precária, com US$ 90 da RNB por pessoa. Mesmo países com renda média como o Gabão e Bostsuana possuem boa parte de sua população vivendo na pobreza. No norte da África, as condições são um pouco melhores do que ao sul do Saara. Lá estão as economias mais estáveis, comércio e turismo são relativamente altos e há uma menor incidência de Aids.
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Dívida Externa:
A iniciativa ligada a países pobres altamente endividados (HIPC - Heavily Indebted Poor Countries Initiative) foi criada em 1996 para reduzir a dívida das nações mais pobres do mundo. Os países pobres se qualificam para o esquema se enfretarem um endividamento insustentável que não pode ser reduzido por métodos tradicionais. Eles também concordaram em seguir políticas de boa governança definidas pelo Banco Mundial e FMI. Críticos do esquema dizem que os parâmetros são restritivos demais e mais países deveriam poder se beneficiar da HIPC.
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Ajuda Estrangeira:
A África recebe cerca de um terço do total de ajuda dada por governos em todo o mundo, de acordo com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Boa parte da ajuda vem com condições, ou seja, os governos que a recebem têm que implementar determinadas políticas para recebê-la ou gastar os recursos comprando bens e serviços do país doador. O Banco Mundial alega que a ajuda é muito mais eficaz e menos vulnerável à corrupção quando atrelada à melhoria da governança. Houve uma redução drástica nos gastos dos países ricos em ajuda no final da década de 90.

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Comércio:
A África é rica em recursos naturais como minérios, madeira e petróleo, mas o comércio com o resto do mundo costuma ser difícil. Entre as causas estão infraestrutura precária, instabilidade governamental, o impacto da Aids na população em idade economicamente ativa e a corrupção. Segundo a Transparência Internacional, oito dos 20 países onde há maior corrupção são africanos e o país na África Subsaariana onde o problema é menos grave é a África do Sul, em 44ª lugar no ranking. Países mais pobres e ONGs como a Oxfam também alegam que as regras de comércio internacional são injustas.
(FONTE: Disponível em: <http://www.bbc.co.uk/portuguese/especial/1419_africaneconomy/index.shtml>. Acesso em: 27/07/2005)
posted byDonarte N. dos Santos Jr.@quarta-feira, julho 27, 2005   1comments
quinta-feira, 21 de julho de 2005
8º Congresso da Escola Particular Gaúcha.
O professor deve ser um apaixonado e ler, ler muito... Partilho com vocês uma nota sobre a palestra de Gabriel Perissé, que falou dia 20/07/05, no "8º Congresso da Escola Particular Gaúcha". O congresso está acontecendo na PUCRS.
"20.07.2005 - Professor precisa levar suas experiências para sala de aulaTarefa do educador é tirar o aluno do analfabetismo existencialPara o palestrante Gabriel Perissé que abordou o tema 'O professor e sua prática pedagógica', já existe o suficiente de novas práticas na educação. O grande desafio da pedagogia, agora, é contextualizá-las e trazê-las para a linguagem. Ele citou como exemplo que os alunos já chegam na escola digitalizados, sendo inútil, portanto, ir contra essa realidade. Foi a mesma reclamação dos quadrinhos e da tv, e todos acabaram se tornando instrumentos pedagógicos. "Nossa tarefa é tirar os alunos do analfabetismo existencial. Mas para ter êxito, precisamos começar trabalhando com nós mesmos, pois ninguém dá o que não tem." E exemplifica dizendo que, se um professor não ensina leitura com paixão (e até fanatismo), não vai conseguir estimular os estudantes a desenvolver o hábito da leitura. "As referências não são adquiridas apenas com a pedagogia. A formação do professor para que seja autêntica se faz muito fora da sala de aula, uma tarefa inicialmente individual e depois coletiva, através de suas experiências." Segundo pesquisa recente citada por ele, mais da metade dos professores no país não têm hábito de leitura. " Por isso, não adianta informatizar ou ter multimeios se não houver estímulos, trabalho interior de redescoberta pessoal da prática lingüística na sala de aula", frisou Perissé."
(FONTE:
Disponível em:
Acesso em: 21/07/2005)
posted byDonarte N. dos Santos Jr.@quinta-feira, julho 21, 2005   0comments
USA x CHINA.
Todos nós, professores e alunos, já ouvimos falar de questões acerca do crescimento Chinês e de que isso poderá causar/causará um conflito com os EUA... As coisas já eram concretas, antes. Imaginem agora? Acompanhem a reportagem que partilho com vocês...
"Aparato chinês preocupa EUA (CORREIO DO POVO PORTO ALEGRE, QUINTA-FEIRA, 21 DE JULHO DE 2005)

Washington - Um informe do Pentágono adverte que os EUA podem entrar em confronto direto com a China pelo crescimento do aparato militar e pelas supostas ambições chinesas de poder na Ásia. No entanto, a Casa Branca voltou atrás imediatamente, afirmando que o presidente George W. Bush definiu a questão chinesa como 'complexa', mas negou que os EUA considerem o país asiático uma ameaça. Segundo o governo americano, os EUA esperam alcançar com Pequim 'uma relação construtiva e um espírito de cooperação', conforme o porta-voz da Casa Branca, Scott McClellan.
O relatório motivou um forte protesto do governo de Pequim, que o qualificou como irracional. 'A China persegue um processo de criação normal da defesa nacional e do desenvolvimento militar', disse o vice-ministro de Relações Exteriores da China, Yang Jiechi, que acusou os EUA de interferir nas questões internas chinesas. O alarme lançado pelo Pentágono foi destinado a alimentar os sentimentos antichineses de boa parte do Congresso norte-americano e a exortar, ao mesmo tempo, a União Européia a manter o embargo da venda de armas à China. A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos aprovou uma medida para punir a União Européia caso ela suspenda o embargo.
No relatório, o Departamento de Defesa centra-se no aparato militar chinês e sustenta que Pequim está construindo uma capacidade bélica que representa uma ameaça."
(FONTE: Disponível em: <http://www.correiodopovo.com.br/>. Acesso em: 21/07/2005.)
posted byDonarte N. dos Santos Jr.@quinta-feira, julho 21, 2005   0comments
segunda-feira, 18 de julho de 2005
Idéias sobre CIÊNCIA.
Algumas ideias de autores sobre ciência:

  • A respeito dos vários ramos do saber e da principal preocupação da Ciência:

    "A sociedade deve ser, finalmente, a preocupação fundamental de todo qualquer ramo do saber humano, é uma sociedade total. Cada ciência em particular se preocupa de um de seus aspectos. O fato de a sociedade ser global consagra o principio da unida da ciência. O fato de essa realidade total, que é a sociedade, não se apresentar a cada um, em cada momento, em cada lugar, senão sob um ou alguns de seus aspectos, justifica a existência de disciplinas particulares. Isso não desdiz o princípio da unidade da ciência, apenas entroniza outro princípio fundamental, que é o da divisão do trabalho científico. [...]
    Em nosso caso particular isso supõe um reconhecimento de um objeto próprio ao estudo geográfico, mas isso não basta. [...] Se queremos alcançar bons resultados nesse exercício indispensável devemos centralizar nossas preocupações em torno da categoria – espaço – tal qual ela se apresenta, como um produto histórico. São fatos referentes a gênese, ao funcionamento e à evolução do espaço que nos interessam em primeiro lugar."
    (Santos, Milton. Por uma Nova Geografia. São Paulo: Hucitec, 1996).

  • A respeito da aparência e da realidade:

    "A geografia pode servir para tornar os homens cidadãos esclarecidos. Poderá servir para aliena-los.
    Tal propriedade, que encontramos em qualquer forma do saber, assume na geografia significado maior. Aquele saber que fala do que parece o óbvio, no fundo se mostra mais perigoso que aquele outro de maiôs requinte. Já se disse que a geografia é um “saber terra – a – terra”, porque aquilo com que lida parece por demais evidente. Capta-se bastando apenas a percepção.
    Nossa percepção, todavia, não é capas de nos pôr em contato com a realidade. Só nos permite o contato com o que ela aparenta. A percepção dá-nos um conhecimento empírico, que em si mesmo não é ainda conhecimento. Justamente porque a geografia é um saber apreendido pela própria vivência direta do mundo circulante, um saber vivido, é que pode compreende-lo de modo mais imediato. Não de pronto, se o que se vê são as aparências. A geografia não pode manter-se neste nível do conhecimento.
    A realidade esconde-se por trás da aparência, sobretudo porque possui forte carga ideológica. Cabe torná-la revelada."
    (MOREIRA, Ruy. O que É Geografia. São Paulo: Ed. Brasiliense, 1994).

  • Sobre a concepção empirista do todo:

    "Está em jogo a concepção do todo. Seguindo os passos de Kant, Ritter introduzira a noção do todo como partes individualizadas, embora interligadas por força de sua teleologia. Para Humboldt o todo é uma unidade de diversidade, devendo ser a tarefa da geografia o estabelecimento da síntese desse todo a partir da relação existente entre a vida orgânica em que se inclui o homem, e da superfície inorgânica do planeta." (MOREIRA, Ruy. O que É Geografia. São Paulo: Ed. Brasiliense, 1994).
  • Sobre as diferenças sociais nas abordagens científicas. A questão da essência e da aparência:

    "A sociedade é o tema verdadeiro da geografia. E ela estuda-la-á a partir daquilo que é a expressão material visível da sociedade: o espaço. A sociedade, porém, não é uma sociedade de homens iguais; é uma sociedade de classes sociais. Portanto, a ciência da aparência estará ditada pelo caráter histórico que o trabalho adquire em cada sociedade. Partindo da aparência, mas sem dela sair, a geografia oficial escamoteará o caráter concreto do trabalho sob o capitalismo. Falará do homem geral e do trabalho geral. Flará de uma relação homem – meio atemporalmente. Abstratamento, pois, porque abstraindo-se da sua concretude histórica. Assim procededo, a geografia realiza aquela linearização de que antes falamos. Propicia a formação da idéia de que a atual forma de relação homem – meio existiu sempre. Esconde que sob o capitalismo o trabalho subordina-se ao capital. Que o hoem que transforma a natureza com seu trabalho não é dôo do seu trabalho, pelo simples fato de antecipadamente ter vendido ao capital sua força de trabalho. Que a relação homem- meio é um processo de produção de mercadorias. Que o homem e a natureza só existem enquanto existam o capital e sua acumulação Que o trabalho é produção de mais – valia. Que o desenvolvimento é acumulação de capital.
    É evidente que para que o homem – trabalhador subordine-se a uma relação social desse tipo, é preciso que se encontre alguma maneira de o tornar materialmente dependente. E, para que não perceba essa relação de fundo, é preciso que ele não a possa perceber."
    (MOREIRA, Ruy. O que É Geografia. São Paulo: Ed. Brasiliense, 1994).

  • Um pouco mais sobre a geografia:

    "Muitos consideram que a Geografia nada mais é do que uma matéria do currículo escolar que serve para “decorar” nomes de lugares, cidades países. Pobre e distorcida visão! A ciência geográfica é muito mais complexa, e com certeza, estudar Geografia não é decorar nomes de lugares.
    A origem da Geografia é muito antiga e remonta a Grécia Antiga. Com o desenvolvimento da cultura grega, vários estudiosos começaram a viajar e a descrever territórios, paisagens e povos. Entre eles está Heródoto (484 – 420 a.C.), que ficou conhecido como o pai da História e da Geografia, e foi um dos primeiros viajantes a descrever os territórios que visitou.
    Com o passar do tempo muitas foram as contribuições para o conhecimento geográfico. Põem, só podemos dizer que a Geografia foi tratada como ciência a partir da sistematização do conhecimento e com a introdução de princípios científicos, o que ocorreu no século XIX, na Alemanha, fruto do enorme desenvolvimento científico da época, impulsionado pela Revolução Industrial, vinda da Inglaterra e que se alastrava pela Europa, como também por particularidades da política alemã.
    Nesse ambiente, onde as condições favoreciam os estudo científico da Geografia, surgiu na Alemanha a Escola Geográfica Alemã, também conhecida como Escola Determinista, pois vários de seus representantes acreditavam que o meio natural determinava o homem. Os principais expoentes dessa corrente do pensamento foram: Alexander von Humboldt, Karl Ritter e Friedrich Ratzel.
    Como resposta ao determinismo alemão, surge na França a Escola Francesa, conhecida como Escola Possibilista, que acreditava a possibilidade de haver influências recíprocas entre o homem e o maio natural. Partia-se da idéia de que o homem se adapta ao meio, além de modifica-lo. Vidal De La Blache é seu grande expoente. Essas duas escolas surgiram com o propósito de legitimar as práticas dos Estados a que serviam. São agrupadas sob o rótulo de “Geografia Tradicional”, muito descritiva e pretensamente “neutra”.
    Ao longo do século XX, novos enfoques sobre Geografia foram surgindo, permitindo que a visão da ciência geográfica se ampliasse. O objeto e os objetivos da ciência geográfica foram ganhando diferentes definições, conforme o momento e a visão ideológica dos estudiosos.
    Em virtude disso, muitos geógrafos contemporâneos afirmam que não existe uma só Geografia, mas vária Geografias, gerando enormes polêmicas neste campo do conhecimento científico. A grande controvérsia ocorre em virtude das diferentes visões do objeto de estudo da Geografia."
    (MORAES, Paulo Roberto. Geografia Geral e do Brasil. São Paulo: Harbra, 2003. 02 – 03 p.).

  • A ciência (caso da geografia) para o filósofo Kant (uma das "visões" possíveis para a Geografia):

    "Alguns autores definem a Geografia como o estudo da superfície terrestre. Esta concepção é a mais usual, e ao mesmo tempo a de maior vaguidade. Pois a superfície da Terra é o teatro privilegiado (por muito tempo único) de toda a reflexão científica, o que desautoriza a colocação de seu estudo como especificidade de uma só disciplina. Esta definição de objeto apóia-se no próprio significado etimológico do termo Geografia – descrição da Terra. Assim, caberia ao estudo geográfico descrever todos os fenômenos manifestados na superfície do planeta sendo uma espécie de síntese de todas as ciências. Esta concepção origina-se das formulações de Kant. Para este autor, haveria duas classes de ciências, as especulativas, apoiadas na razão e as empíricas apoiadas na observação e nas sensações Ao nível das segundas, haveria duas disciplinas de síntese, a Antropologia, síntese dos conhecimentos relativos ao homem, e a Geografia, síntese dos conhecimentos sobre a natureza." (MORAES, Antônio Carlos Robert. Geografia: Pequena História Crítica. São Paulo: Hucitec, 1997)

  • Dos conceitos cotidianos aos conceitos científicos. A questão da linguagem:

    "No processo de construção do conhecimento, o aluno, ao formular seus conceitos, vai faze-lo operando com conceitos do cotidiano e os conceitos científicos. Em geral, todos temos conceitos formulados a respeito das coisas, e a tarefa da escola é favorecer a reformulação dos conceitos originários do senso comum em conceitos científicos. Para tanto é fundamental a capacidade de argumentação, que dependo do acesso às informações. A construção dos conceitos ocorre pela prática diária, pela observação, pelas experiências, pelo fazer. Eles vão sendo ampliados passando a graus de generalização e de abstração cada vez maiores.
    O processo de construção do conhecimento que acontece na interação dos sujeitos com o meio social, mediado pelos conceitos (sistema simbolico), é um processo de mudança de qualidade na compreensão das coisas, do mundo. Não é um processos linear, nem de treinos, mas de construção pelos alunos de conhecimentos novos, na busca do entendimento de suas próprias vivências, considerando os saberes que trazem consigo e desvendando as explicações sobre o lugar. No dizer de Cavalcanti (1998:88),

    'Seja como ciência, seja como matéria de ensino, a Geografia desenvolveu uma linguagem, um corpo conceitual que acabou por constituir-se numa linguagem geográfica. Esta linguagem está permeada por conceitos que são requisitos para a análise dos fenômenos do ponto de vista geográfico.'


    De um modo geral, muitos conceitos estão presentes no dia – a- dia de nossas vidas. Os alunos têm as suas próprias concepções a respeito de muitas coisas. Porém o trabalho de superação do senso comum como verdade e busca das explicações que permitem entender os fenômenos como verdades universais, exige que se faça reflexões sobre o lugar como espaço destes lugares para além de suas aparências.
    Para que ocorra o aprendizado é necessário, segundo Vygotsky (in Oliveira, 1997:57), considerar “o processo de ensino – aprendizagem, incluindo sempre aquele que aprende, aquele que ensina e a relação entre essas pessoas (...) justamente por sua ênfase nos processos sócio-históricos, a idéia de aprendizado inclui a interdependência dos indivíduos envolvidos no processo”. Isso quer dizer que, para além da sala de aula, o aprendizado do lugar permite contatos ou convívios envolvendo sujeitos sociais que se encontram num espaço conhecido, ou pelo menos aproximado, e oportuniza possibilidades de intervenção no lugar. Assim, professor e aluno estarão evolvidos em situações de aprendizagem que consideram o empírico, o reconhecimento do que existe no lugar, os conhecimentos que o aluno traz consigo a partir de suas vivências, e as buscas de teorização destas verdades. Contextualizando-as Os alunos fazem abstrações necessárias, trabalhando com conceitos científicos e desencadeando a compreensão que permite ir cada vez mais além no sentido de generalizar experiências particulares e entender a realidade de forma mais ampla. Ao entender a dinâmica de formação da territorialidade vivida no cotidiano, pode-se fazer as abstrações necessárias para compreender a realidade como um todo, no sentido da globalização."
    (CALLAI, Helena Copetti in Castrogiovanni, Antonio Carlos(org.). Ensino de Geografia: práticas e textualizações no cotidiano. Porto Alegre: Mediação, 2000).
  • O que há na Internet:

    "A ciência tem de envolver mais do que a mera catalogação de factos e do que a descoberta, através da tentativa e erro, de maneiras de proceder que funcionam. O que é crucial na verdadeira ciência é o facto de envolver a descoberta de princípios que subjazem e conectam os fenómenos naturais.
    Apesar de que concordar completamente que devemos respeitar a visão do mundo de povos indígenas não europeus, não penso que coisas como a astronomia maia, a acupunctura chinesa, etc., obedeçam à minha definição. O sistema ptolemaico de epiciclos alcançou uma precisão razoável ao descrever o movimento dos corpos celestes, mas não havia qualquer teoria propriamente dita subjacente ao sistema. A mecânica newtoniana, pelo contrário, não apenas descrevia os movimentos dos planetas de modo mais simples, conectava o movimento da Lua com a queda da maçã. Isto é verdadeira ciência, pois revela coisas que não podemos saber de nenhuma outra maneira.
    Terá a astronomia maia ou a acupunctura chinesa alguma vez conduzido a uma previsão que não tenha falhado nem seja trivial e que tenha conduzido a novos conhecimentos sobre o mundo? Muitas pessoas tropeçaram no facto de que certas coisas funcionam, mas a verdadeira ciência consiste em saber por que razão as coisas funcionam. Tenho uma atitude de abertura em relação à acupunctura, mas se tal coisa funcionar, apostaria muito mais numa explicação baseada em impulsos nervosos do que em misteriosas correntes de energia cuja realidade física nunca foi demonstrada.
    Por que razão nasceu a ciência na Europa? Na época de Galileu e Newton a China era muito mais avançada tecnologicamente. Contudo, a tecnologia chinesa (como a dos aborígenes australianos) foi alcançada por tentativa e erro, refinados ao longo de muitas gerações. O boomerang não foi inventado partindo da compreensão dos princípios da hidrodinâmica para depois conceber um instrumento. A bússola (descoberta pelos chineses) não envolveu a formulação dos princípios do magnetismo. Estes princípios emergiram da (verdadeira, segundo a minha definição) cultura científica da Europa. Claro que, historicamente, surgiu também alguma ciência de descobertas acidentais que só mais tarde foram compreendidas. Mas os exemplos mais óbvios da verdadeira ciência — tais como as ondas de rádio, a energia nuclear, o computador, a engenharia genética — emergiram, todos eles, da aplicação de uma compreensão teórica profunda que já existia — muitas vezes há muito tempo — antes da tecnologia que se procurava.
    As razões que determinaram que tenha sido a Europa a dar à luz a ciência são complexas, mas têm certamente muito a ver com a filosofia grega e a sua noção de que os seres humanos podiam alcançar uma compreensão do modo como o mundo funciona por intermédio do pensamento racional, e com as três religiões monoteístas — o judaísmo, o cristianismo e o islamismo — e a sua noção de uma ordem na natureza, ordem essa que era real, legiforme, criada e imposta por um Grande Arquitecto.
    Apesar de a ciência ter começado na Europa, é universal e está agora à disposição de todas as culturas. Podemos continuar a dar valor aos sistemas de crenças das outras culturas, ao mesmo tempo que reconhecemos que o conhecimento científico é algo de especial que transcende a cultura."
    (Tradução de escrito de Paul Davis. Disponível em: . Acesso em: 27 maio. 2005, 21:16.)
  • Ciência para Umberto Eco:

    "a ciência é aquele ramo do conhecimento que tem ainda a capacidade para nos avisar dos riscos que corremos quando, mesmo na aplicação dos seus princípios, confiamos em tecnologias irresponsáveis. (...)
    A ciência moderna não defende que o novo é sempre verdade. Pelo contrário, baseia-se na idéia de falibilismo (enunciada pelo filósofo americano Charles Peirce, trabalhada por Popper e outros autores, e posta em prática pelos próprios cientistas) de acordo com a qual a ciência progride corrigindo-se continuamente a si mesma, falsificando as suas hipóteses por meio da tentativa e erro, admitindo os seus próprios erros — e considerando que uma experiência que não funciona não é um falhanço mas antes algo tão valioso como uma experiência que funciona, pois demonstra que uma dada linha de investigação estava errada e é necessário mudar de direcção ou até começar tudo de novo.
    E isto foi o que foi proposto há séculos em Itália, por um instituto de estudos conhecido por Accademia del Cimento, cujo mote era 'provando e riprovando'. Isto traduzir-se-ia normalmente para português como 'tentar uma vez e outra', mas há neste caso uma distinção subtil. Ao passo que em italiano 'riprovare' significa normalmente tentar outra vez, neste caso significa 'reprovar' ou 'rejeitar' o que não pode ser mantido à luz da experiência e da razão.
    Este modo de pensar opõe-se, como afirmei, a todas as formas de fundamentalismo, a todas as interpretações literais das escrituras sagradas — que também estão abertas a reinterpretação contínua — e a todas as certezas dogmáticas nas nossas próprias ideias. Esta é a boa "filosofia", no sentido quotidiano e socrático do termo, que tem de ser ensinada nas escolas.(ECO, Umberto Tradução de Desidério MurchoPublicado originalmente no jornal Guardian, com o título 'Testing, Testing...'"
    (4 de Setembro de 2004). Disponível em: . Acesso em: 27 de maio. 2005, 21:36.)
posted byDonarte N. dos Santos Jr.@segunda-feira, julho 18, 2005   1comments
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Algumas ideias que batizaram e permeiam o presente ciberespaço; pensamentos mais ou menos fixos que o autor tem:
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A Mitologia Grega...:

- “A Argo: Nave dos Argonautas, construída sob a direção de Minerva, nos bosques de Dodona. O termo significa ‘rápido.’

O Fernando Pessoa...:

- o seguinte poema do escritor português:


Navegadores antigos tinham uma frase gloriosa: "Navegar é preciso; viver não é preciso". Quero para mim o espírito [d]esta frase, transformada a forma para a casar como eu sou: Viver não é necessário; o que é necessário é criar. Não conto gozar a minha vida; nem em gozá-la penso. Só quero torná-la grande, ainda que para isso tenha de ser o meu corpo e a (minha alma) a lenha desse fogo. Só quero torná-la de toda a humanidade; ainda que para isso tenha de a perder como minha. Cada vez mais assim penso. Cada vez mais ponho da essência anímica do meu sangue o propósito impessoal de engrandecer a pátria e contribuir para a evolução da humanidade. É a forma que em mim tomou o misticismo da nossa Raça. (Fernando Pessoa)



A antipatia a Nietzsche...:

- Parece poder ser possível usar o Nietzsche contra ele mesmo: "Nietzsche vs Nietzsche", pois o que ele escreve, se bem analisado, é contraditório (no mal sentido do termo). Assim, isso é bem possível de ser feito...

A contra-argumentação aos céticos...:

- “Só se poderia negar a validez à demonstração se se provasse, com absoluta validez, que o homem nada pode provar com absoluta validez” (SANTOS, Mário Ferreira dos. Filosofia Concreta. São Paulo: É Realizações, 2009, p. 61).

 
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    O AUTOR

    Nome:
    Donarte N. dos Santos Junior
    Residente em:
    Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil
    Formação:
    - É Licenciado em Geografia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS).
    - É Especialista no Ensino de Geografia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS).
    - É Mestre em Educação em Ciências e Matemática (PUCRS).
    - É Mestrando em Filosofia (PUCRS).
    Atuação Profissional:
    - Foi Técnico em Geoproce ssamento do L/li/liaboratório de Tratamento de Imagem e Geoprocessamento (LTIG) da PUCRS.
    - É Professor da Prefeitura Municipal de Porto ALegre.
    Título da primeira dissertação de mestrado:
    “Geografia do espaço percebido: uma educação subjetiva”, que alcançou grau máximo obtendo nota 10,0.

    Clique aqui para ler a dissertação

    Clique aqui para Ver currículo Lattes completo

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