sexta-feira, 30 de dezembro de 2005
O que diz Pierre Lévy sobre o Silicon Valley
3. SOBRE A TÉCNICA ENQUANTO HIPERTEXTO O COMPUTADOR PESSOAL

Desordem e Caos: Silicon Valley
Pierre Lévy, Filosofo e escritor francês.
"o problema do Brasil não é a falta de computadores, mas o analfabetismo" (LÉVY, Pierre)


Na metade da década de setenta, uma pitoresca comunidade de jovens californianos à margem do sistema inventou o computador pessoal. Os membros mais ativos desse grupo tinham o projeto mais ou menos definido de instituir nova bases para a informática e, ao mesmo tempo, revolucionar a sociedade. De uma certa forma, este objetivo foi atingido.
Silicon Valley, mais que um cenário, era um verdadeiro meio ativo, um caldo primitivos de instituições científicas e universitárias, indústrias eletrônicas, todos os tipos de movimentos hippies e de contestação faziam confluir idéias, paixões e objetos que iriam fazer com que o conjunto entrasse me ebulição e reagisse.
Aspecto de Stanford, universidade "berço" do Silicon Vaslley
No início dos anos setenta, em poucos lugares do mundo havia tamanha abundância e variedade de componentes eletrônicos quanto no pequeno circulo radiante, medindo algumas dezenas de quilômetros, ao redor da universidade de Stanford. Lá podiam se encontrados artefatos informáticos aos milhares: grandes computadores, jogos de vídeo, circuitos, componentes, refugos de diversas origens e calibres... E estes elementos formavam outros tantos membros dispersos, experiências desordenadas de alguma cosmogonia primitiva.
No território do Silicon Valley, nesta época, encontravam-se implantadas, entre outras, a NASA, Hewlett – Packard, Atari e Intel. Todas as escolas da região ofereciam cursos de eletrônica. Exércitos de engenheiros voluntários, empregados nas empresas locais, passavam seus fins de semana ajudando os jovens fanáticos por eletrônica que faziam bricolagem[1] nas famosas garagens das casas californianas.
Steve Jobs e Steve Wozniac
Vamos seguir, como exemplo, dois destes jovens, Steve Jobs e Steve Wozniac, enquanto eles realizavam sua primeira máquina, a blue box, uma espécie de auxílio à pirataria, um pequeno dispositivos digital para telefonar sem pagar. Ambos cresceram em um mundo de silício e de circuitos. Evoluíram em uma reserva ecológica, indissoluvelmente material e cognitiva, excepcionalmente favorável à bricolagem high tech. Tudo estava ao alcance de suas mãos. Poderíamos encontra-los em apartamento de São Francisco, ouvindo as explicações de um pirata telefônico em contato (gratuito) com o Vaticano. Ou então pesquisando em revistas de eletrônica, tomando notas de idéias, levantando bibliografias. Continuavam suas pesquisas na biblioteca de Stanford. Faziam compras nas lojas de sobras de componentes eletrônicos. Graças a um amigo pertencente a Berkeley, desviaram os computadores da universidade para efetuar os múltiplos cálculos para seus circuitos. Finalmente, algumas dezenas de exemplares da blue Box foram construídas e os dois Steve ganharam algum dinheiro, antes de perceber que a Máfia estava ficado interessada no assunto e abandonar o jogo.
A Blue Box, desenvolvida por Steve Jobs e Steve Wozniac
Milhares de jovens divertiam-se dessa forma, fabricando rádios, amplificadores de alta fidelidade e, cada vez mais, dispositivos de telecomunicação e de cálculo eletrônico. O nec plus ultra era construir seu próprio computador a partir de circuitos de segunda mão. As máquinas em questão não tinham nem teclado, nem tela, sua capacidade de memória era ínfima e, antes do lançamento da Basic 1975 por dois outros adolescentes, Bill Gates e Paul Allen, elas também linguagem de programação. Estes computadores não serviam para quase nada, todo o prazer estava em construí-los.
O campus de Berkeley não ficava muito longe; a paixão pela bricolagem eletrônica se misturava então a idéias sobre o desvio da lata tecnologia em proveito da ‘contracultura’ e a slogans tais como Computers for the peaple (computadores ‘para o povo’ ou ‘ao serviço das pessoas’). Entre todos os grupo da nebulosa underground que trabalhavam para a reapropriação das tecnologias de ponta, o Homebrew Computer Club, do qual Jobs e Wozniac faziam parte, era um dos mais ativos. Fica subentendido que os seus membros mais ricos dividiam suas máquinas com os outros e que ninguém tinha segredos para ninguém. As reuniões do clube eram no auditório do acelerador linear de Satanford. Este ra o lugar para fazer com que os outros admirassem ou criticassem suas últimas realizações. Trocavam-se e vendiam-se componentes, programas, idéias de todos os tipos. Assim que eram construídos, logo após emitidos, objetos e conceitos eram retomados, transformados pelos agentes febris de um coletivo denso, e os resultados destas transformações, por sua vez, eram reinterpretados e reempregados ao longo de um ciclo, deste turbilhão de coisas, pessoas, idéias e paixões que saiu o computador pessoal. Não o objeto definido simplesmente por seu tamanho, não o pequeno computador de que os militares já dispunham há muito tempo, mas sim o complexo de circuitos eletrônicos e de utopia social que era o computador pessoal no fim dos anos setenta: a potência de cálculo arrancada do Estado, do exército, dos monstros burocráticos que são as grandes empresas e restituída, em fim, aos indivíduos.” (LÉVY, Pierre. “As Tecnologias da Inteligência: o futuro do pensamento na era da informática” Rio de Janeiro: Editora 34, 1993, p. 43 - 45)

Depois, talvez seja interessante escanerizar, ver o que Lévy escreve a respeito da informática nas páginas 45 à 50.
“Elas tiveram uma recepção muito fraca na época entre os construtores e vendedores de computadores. A informática ainda era tida como uma arte de automatizar cálculos, e não como tecnologia intelectual.” (LÉVY, Pierre. “As Tecnologias da Inteligência: o futuro do pensamento na era da informática” Rio de Janeiro: Editora 34, 1993, p. 51)

“Vale a pena repetir que a maior parte dos programas atuais desempenha um papel de tecnologia intelectual: eles reorganizam, de uma forma u de outra a visão de mundo de seus usuários e modificam seus reflexos metais. As redes informáticas modificam os circuitos de comunicação e de decisão nas organizações. Na medida em que a informática avança, certas funções são eliminadas, novas habilidades aparecem, a ecologia cognitiva se transforma. O que equivale a dizer que engenheiros do conhecimento e promotores da evolução sociotécnica das organizações serão tão necessários quanto especialistas em máquinas.” (LÉVY, Pierre. “As Tecnologias da Inteligência: o futuro do pensamento na era da informática” Rio de Janeiro: Editora 34, 1993, p. 54)

“Muitas vezes ouvimos dizer que a técnica em si mesma não é nem boa nem má, e que tudo o que conta é o uso que fazemos dela. Ora, ao repetir isso, não nos apercebemos que um circuito impresso já é um ‘uso’; o uso de uma matéria – prima (o silicone), de diversos princípios lógicos, dos processos industriais disponíveis, etc. Um determinado computador cristaliza algumas escolhas entre os usos possíveis de seus componentes, cada um deles sendo, por sua vez, a conclusão de uma longa cadeia de decisões. Um programa resulta de uma utilização específica de um computador e de uma linguagem de programação. O programa, por sua vez, será usado de uma forma particular, e assim por diante. Esta análise pode ser repetida para todas as escalas de observação, e ao longo de todas as linhas da grande rede sociotécnica, para cima, para baixo, seguindo inúmeras conexões laterais e rizomáticas, sem que jamais achemos um objeto em estado bruto, um fato inicial ou final que já não seja um uso, uma interpretação. O uso do ‘usuário final’, ou seja, do sujeito que consideramos em determinado instante, não faz nada além de continuar uma cadeia de usos que pré-restringe o dele, condiciona-o sem contudo determina-lo completamente. Não há, portanto, a técnica de um lado e o uso de outro, mas um único hipertexto, uma imensa rede flutuante e complicada de usos, e a técnica consiste exatamente nisto.”
(LÉVY, Pierre. “As Tecnologias da Inteligência: o futuro do pensamento na era da informática” Rio de Janeiro: Editora 34, 1993, p. 59)

[1] O termo bricolagem, que vem do francês "bricolage", é usado nas atividades em que você mesmo realiza para seu próprio uso ou consumo, evitando deste modo, o emprego de um serviço profissional. O conceito surgiu nos Estados Unidos, na década de 50, com a sugestão "do it yourself"- faça você mesmo, isso ocorreu devido ao encarecimento da mão-de-obra e se desenvolveu com a grande visão dos empresários em perceber este nicho: criando produtos fáceis de serem usados, utilizando embalagens com pouca quantidade e todos com manuais explicativos. No Brasil não foi diferente, o alto custo da mão-de-obra especializada, principalmente nos grupos de baixa renda, somado com a crise financeira, forçou o brasileiro a construir e a reformar a sua casa, ele mesmo ou na forma de mutirão; já as classes A e B, além das pequenas reformas, elas realizam pinturas especiais como pátina, decapê, texturização de paredes, confecção e manutenção de móveis, e jardinagem. Mas não paramos por aí, consertos de eletrodomésticos, instalação de antenas, artesanato e, mais recentemente, a prática de decoração, tudo isso é bricolagem. Acompanhando esta evolução, as empresas de varejo estão treinando seus profissionais para darem orientação técnica como: qual a bitola de fio mais adequada para um chuveiro, que tratamento deve receber a parede antes de ser pintada, a broca mais indicada para furar ardósia e, enfim, o seu manuseio correto.
posted byDonarte N. dos Santos Jr.@sexta-feira, dezembro 30, 2005   0comments
quarta-feira, 28 de dezembro de 2005
Filosofia e Geografia
Quando estudamos a história da ciência e do conhecimento humano, percebemos que houve um verdadeiro retrocesso na Idade Média, em especial no período que alguns historiadores preferem chamar de Idade das Sombras ou Trevas. Naquele momento histórico, muito pouco ou praticamente nada evoluiu a ciência e o pensamento humano.
Espantamo-nos quando estudamos um passado mais longínquo, alcançando os gregos e vendo que tal civilização já tinha respostas para muitas perguntas. Eram os antigos filósofos; homens preocupados, admirados com o mundo que os circundava, ávidos por entender o cosmos[1]. Respostas eram necessárias aos gregos e eles as buscavam com toda a sua capacidade lógica, com a força da inteligência, em fim, com o intelecto. Muitas respostas encontradas pelos gregos com o passar dos anos descobriram-se falsas e fantasiosas, já outras foram totalmente verdadeiras, porém esquecidas ou desconsideradas, séculos mais tarde. Uma pena visto que para a humanidade representou, como já citado, um retrocesso.
Estuda-se em Geografia que o conhecimento geográfico do tempo dos gregos não pode ser considerado científico, e sim, “conhecimento empírico”; algo que vinha da experiência, da observação, dos sentidos. Quando estabelecemos o conhecimento dos gregos nesse nível deveríamos lembrar que aquele conhecimento não era baseado nos modernos métodos atuais. Analisar a “ciência” grega à luz da nossa é, em nosso entendimento, equivocado. Cabe lembrar, ainda, que havia, nos gregos, a preocupação em transformar o conhecimento do “doxa” (conhecimento ou saber comum, popular) em “espsiteme” (conhecimento ou saber mais elevado, elaborado). Deste último termo provém nossa famosa palavra “epistemologia”, termo de origem grega que busca o porquê de uma ciência, a razão, a intenção, ou ainda, o lastro cientifico no qual assenta-se. Disso tudo emergem algumas questões:

- Os gregos não possuíam métodos científicos próprios?
- Não havia uma forma de confirmarem suas observações e comprová-las?

Para respondermos essas questões nos valeremos de um caso muito famoso; o caso do filósofo Eratóstenes. Através desse fato histórico pretendemos mostrar que os gregos certamente utilizavam-se de alguns métodos científicos que, embora rudimentares, revelavam muito de sua capacidade intuitiva.

“Não se sabe exatamente quando o homem descobriu que a Terra era redonda. Os antigos gregos, observando a sombra da Terra na Lua durante os eclipses, já tinham certeza da esfericidade de nosso planeta. O desaparecimento gradativo de embarcações que se distanciavam no horizonte do mar também fornecia argumentos aos defensores dessa idéia. Eratóstenes (276 – 194 a. C.), filósofo [...] foi o primeiro a calcular, há mais de 2000 anos, com uma precisão impressionante para a época, a circunferência da Terra. Ao ler um papiro na Biblioteca de Alexandria, no Egito, da qual era diretor, ele descobriu que na cidade de Siena (localizada ao sul, no vale do Nilo), ao meio dia do solstício de verão, os raios de sol incidiam no fundo de um poço, portanto perpendicularmente, sem formar sombras. Eratóstenes resolveu, então, medir no mesmo dia e horário, em Alexandria, o ângulo formado entre os raios solares (que ali não eram perpendiculares) e uma estaca. Sabendo que a distância entre as duas cidades era de aproximadamente de 5000 estádios (cerca de 900Km), ele supôs que a circunferência da Terra seria igual a essa distância multiplicada por 360o (360 graus) e dividida pelo ângulo de incidência dos raios solares medido em Alexandria, que era aproximadamente 7o . A diferença entre a circunferência calculada por Eratóstenes e a determinada hoje, com o auxílio de métodos muito mais precisos, é bem pequena. Eratóstenes encontrou 46.250 km, apenas 6.174 km para mais do que o sabido hoje (40.076 km).”
[1] Cosmos do grego mundo.
(adaptado de: MOREIRA, João Carlos. “Geografia Geral e do Brasil: espaço geográfico e globalização / João Carlos Moreira, Eustáquio de Sene”. São Paulo: Scipione, 2004 p. 15).
posted byDonarte N. dos Santos Jr.@quarta-feira, dezembro 28, 2005   0comments
terça-feira, 27 de dezembro de 2005
Geógrafo quando sai de férias, pesquisa!

Aspecto da Serra do Rio do Rastro

É isso! Geógrafo quando sai de férias, pesquisa. Procura conhecer a região onde está. Diz um ditado gauchesco muito antigo que “boi em terra estranha é vaca”. Desta forma faz bem sabermos opor onde andamos... Brincadeiras a parte, passemos a uma breve descrição de uma dos mais importantes sítios geológicos brasileiros:
Aspecto da Serra do Rio do Rastro no inverno (encostas congeladas)

Breve descrição de importante região carbonífera catarinense:

Breve Historiografia:

Em 1828 os geólogos tiveram as primeiras pistas de que a região onde hoje se assenta o município de Lauro Müller fosse rica em jazidas de carvão. Os tropeiros que desciam das escapas do planalto para venderem, comercializarem seus produtos, notavam que determinadas rochas locais (proximidades de Barro Branco, um dos distritos de Lauro Muller) ardiam em brasa quando queimadas em fogueiras.
Nos anos de 1827 e 1860, interessados nesses relatos, diversos naturalistas, profissionais de mineração e geólogos, nacionais e estrangeiros passaram a estudar o lugar.

Tropeiros trabalhando na abertura de caminho


Em 1874, o Visconde de Barbacena obteve a concessão para a construção da estrada de ferro entre a enseada de Imbituba e as minas de hulha do rio Tubarão. Em 1876, fundava-se a companhia de prospecção de carvão “THE DONNA THEREZA CHRISTINA RAILWAY COMPANY LIMITED”.
No ano de 1905, a chamada estação Minas passou ao nome de Lauro Müller, em homenagem ao então Ministro da Industria, Viação e Obras Publicas, o engenheiro catarinense Dr. Lauro Severiano Müller.
Colonizada por italianos, Lauro Müller é também conhecida, no cenário cultural brasileiro como "BERÇO HISTÓRICO DO CARVÃO NACIONAL".
A estrada ferro "DONA TEREZA CRISTINA", foi construída em 1874. Hoje resta a antiga ferroviária onde há um projeto turístico com intenção de tombá-la transformando-a em Museu da Ferrovia e do Carvão.

Breve Descrição Geográfica:

O Município localiza-se na área visiográfica de Laguna e possui as seguintes coordenadas:
• Latitude 28º, 23m, 41 s
• Longitude 49º, 23m, 47 s

Altitude:

• Encontra-se a 220m de altitude em relação ao nível do mar.

População:

• População de 13.567 habitantes
• Densidade demográfica 62.20


Clima

O clima em geral e quente com ventos do quadrante norte, seco no verão alcançando temperaturas de 37º.
No inverno o frio é intenso, com temperaturas chegando a menos de zero grau.

Vista da Igreja de Lauro Müller


Limites

Lauro Müller faz limites ao norte com o município de Orleans, ao sul com Treviso , a Leste com Orleans e Urussanga e a Oeste com Bom Jardim da Serra.

Hidrografia

Os rios que correm para o Oceano Atlântico como o Rio do Rastro, Oratório e o Passa-dois, escavaram as bordas do planalto basáltico, num trabalho erosivo realizado ao longo dos tempos e esculpiram as escarpas da serra geral, originando as montanhas e vales profundamente encaixados, que constituem a Serra do Rio do Rastro.

Aspecto geral da cidade de Lauro Müller

FONTE:
posted byDonarte N. dos Santos Jr.@terça-feira, dezembro 27, 2005   0comments
Globalização está em todos os lugares?


Nosso teórico de saudosa memória, Milton Santos, já dizia que não há nenhuma cidade, por mais do interior que seja, que não participe ativamente do processo de Globalização... Ele tem razão. Estou, no momento em Lauro Müller. Uma pequena cidade do interior de Santa Catarina. O município conta com 13.567 habitantes; uma cidade bem pequena, portanto... E eis que em uma loja de informática local é possível acessar a rede mundial de computadores (Internet) por 3,00R$ a hora...
Bom para os alunos que enfrentarão a “provinha” da UFRGS, pois dessa forma poderei “largar” mais alguns “textinhos” por aqui...

Abraço a todos os leitores!!!!!!!

Feliz ANO NOVO!!!!!!!

Prof. Donarte.

para quem quiser saber mais sobre o município de Lauro Müller/SC:
http://www.lauromuller.sc.gov.br/estatisticas.asp
posted byDonarte N. dos Santos Jr.@terça-feira, dezembro 27, 2005   1comments
quarta-feira, 21 de dezembro de 2005
Feliz Natal e um Próspero 2006!!!

Esta é minha última postagem de 2005. Amanhã seguirei viagem para “Santa”, e, portanto não poderei atualizar o BLOG.
Peço a compreensão de meus alunos. Fica o acordo de que se eu achar um “ciber café”, ou puder me conectar, coloco mais alguns textos de Geo... No mais estão todos prontos para encarar a UFRGS!

Gostaria de agradecer a todos e a cada um de vós que estiveram, conviveram comigo este ano.

Aos amigos da PUCRS: do museu, da Pastoral, da igreja Divino Mestre, da Filosofia, do mestrado.

A todos os professores que muito me ensinaram nestes semestres.

Aos colegas professores e alunos do Maria Goretti.

Aos meus irmãos em Deus do ARS DEI (Júlia, Filipe, Charles, Luciane e Vanessa).

Meus familiares, em especial meus pais.

Ao Pe. Pedro Kunrath (diretor espiritual e pároco da Paróquia Universitária).

Termino com um texto impressionante escrito por Charles Müller. O texto fala em Deus de uma forma muito simples, sem usar nenhuma passagem bíblica ou recorrer a santos, etc. Trata-se de uma forma realista / racional de dizer "Ei! Mais atenção com o Santo Natal!!!":
"Um pouco de reflexão
Bom gente. Durante a pequena existência deste blog, debatemos assuntos como a natureza, o conhecimento e nosso valores em torno da aprendizagem. Este é um post sutilmente diferente. Também pensaremos em nossos valores, mas levando em consideração o período do ano em que vivemos. Um colega de faculdade se surpreendeu ao entrar em minhas comunidades no Orkut e ver que sou católico e faço faculdade de Física. Então vou usar essa surpresa dele (que com certeza é a de muitos) para tentar mostrar o que significa o Natal, mas sem recorrer ao uso de citações bíblicas, santos, etc, para que o entedimento se torne claro e possível.
O Natal é simplesmente comemoração do nascimento de Jesus. Nada mais além disso. O problema atual é que ninguém se dá conta de como se comemora o aniversário de alguém. Quero dizer, no fim do ano as pessoas se juntam para dar risadas, comer bem e até trocar presentes. Mas nunca se lembram que, em muitas vezes, o aniversariante não está presente. Imagine você, como se sentiria se no seu aniversário as pessoas organizam um
a festa em sua homenagem, mas não lhe convidam, apenas se preocupam em comer, beber, trocar presentes entre si (que deveriam, na verdade ser para você) e, pior de tudo, chega alguém com uma fantasia ridícula vermelha e todos batem palmas para ele, como se ele fosse o verdadeiro motivo da festa.
Sei que muitos que estão lendo este post não acreditam em Jesus. Mas ao menos tenham um pouco de consciência do que estão fazendo neste dia. Parem e pensem quem realmente está sendo homenageado nesta festa. Um simples pensamento de "obrigado por continuar vivo" já é o suficiente e é o maior presente que Ele poderia ganhar. Não deixem que, mais uma vez, o aniversariante observe sua própria festa do lado de fora da casa.
Quanto à surpresa de um físico ser católico, lembrem de Carl Sagan quando simulou o universo em expansão ao assoprar com um canudo uma bacia com água. Ao observar as bolhas que se dispersavam ele diz que nosso universo se comporta assim, como se alguém estivesse assoprando com um canudo. A pergunta é: quem está assoprando?
Boas festas e que nos tornemos pessoas cada vez mais humildes e solidárias àqueles que precisam de ajuda
!"
FONTE: (Disponível em: <http://fisica-charles.blogspot.com/>. Acesso em: 21/12/2005)
Obs. Obrigado ao Charles por ter autorizado o uso do texto!!!
posted byDonarte N. dos Santos Jr.@quarta-feira, dezembro 21, 2005   0comments
segunda-feira, 19 de dezembro de 2005
Ainda falta muito...
"Todos os anos, desde 1990, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) tem encomendado o Relatório do Desenvolvimento Humano a uma equipe constituída por especialistas independentes, tendo por objectivo analisar questões fundamentais, de interesse global. À escala mundial, uma rede de pessoas de destaque a nível académico, governamental e da sociedade civil colabora fornecendo dados, ideias e sugestões quanto à melhor prática a seguir em apoio à análise e às propostas publicadas no Relatório. O conceito de Desenvolvimento Humano não se limita a ter em consideração o rendimento per capita, o desenvolvimento dos recursos humanos e as necessidades básicas como medidas de avaliação do progresso humano, pois também avalia factores como a liberdade humana, a dignidade e a intervenção humana, isto é, o papel das pessoas no desenvolvimento. O Relatório do Desenvolvimento Humano 2005 defende que o desenvolvimento é, em última análise, «um processo de alargamento das opções das pessoas» e não apenas uma questão de aumento dos rendimentos nacionais." (Human Development Report, 2005).
Como podemos perceber em alguns "recortes", ainda falta muito...

“Em cada hora,
mais de 1.200 crianças
morrem longe
do olhar dos meios
de comunicação”

(Human Development Report, 2005).

“Os 500 indivíduos mais
ricos do mundo têm um
rendimento conjunto maior
do que o rendimento
das 416 milhões
de pessoas mais pobres”

(Human Development Report, 2005).
“As barreiras comerciais
mais elevadas do mundo
estão erigidas contra alguns
dos países mais pobres”
(Human Development Report, 2005).
posted byDonarte N. dos Santos Jr.@segunda-feira, dezembro 19, 2005   0comments
sexta-feira, 16 de dezembro de 2005
Analfabetismo geográfico
Nós, a maioria, ou pelo menos alguns, já ouvimos dizer que os estadounidenses têm como centro do mundo seu umbigo, que não sabem nada de Geografia, etc. Há quem já ouviu norte americanos afirmarem que a Amazônia não é brasileira e sim uma área semelhante a Antártida, uma reserva mundial (por mais que alguns E-Mail's neguem isso, os relatos são verdadeiros). Em verdade isso possui um embasamento histórico muito forte. Não pretendo aqui defender uma tese a esse respeito, pois seria necessária, para isso, uma volta muito grande na história norte – americana. Apresento tão somente alguns trechos do livro do professor José William Vesentini1:

Obs: O mapa acima não está “errado”, apenas trata-se de uma visão cartográfica tendo o Oceano Pacífico como ponto central. O que o torna tão "estranho" é que o norte está voltado para baixo.


"Nos anos 1970, criou-se nos Estados Unidos a expressão “analfabetismo geográfico” (geographic iliteracy), diante da constatação da enorme carência de conhecimentos geográficos que existia entre a população em geral e entre os estudantes em particular. Os educadores daquele país e a mídia, ou meios de comunicação (jornais, revistas, televisão e rádio), logo fizeram uma campanha para denunciar esse problema. Veja o cartum abaixo sobre o assunto, de autoria de Garry Trudeau, publicado no jornal The Guardian em 1988.


O analfabetismo geográfico tinha - e, em parte, ainda tem - indesejáveis conseqüências práticas. Veja estes exemplos:
  • Nos anos 1980, uma empresa de aviação norte americana teve enormes prejuízos ao tentar entrar no mercado brasileiro, porque servia comida mexicana em seus aviões e treinou seus funcionários em espanhol, imaginando ser esse nosso idioma.
  • A maior rede de comércio varejista também fracassou em seus primeiros anos de negócio no Brasil, pois entulhou suas lojas com artigos impróprios ao nosso clima e aos nossos hábitos: roupas para esquiar, agasalhos para o frio do Alasca, tacos de beisebol, etc.

Existem ainda centenas ou talvez até milhares de exemplos semelhantes, em relação não só ao Brasil, mas também a inúmeros países da América Latina, Ásia, África e até Europa.
Depois de constatar o analfabetismo geográfico nos Estado Unidos, as autoridades e os educadores daquele país logo partiram para a ação e realizaram uma Semana de Conscientização Geográfica (Geography Awareness Week) em junho de 1987, no Congresso Nacional, em Washington. Nos anos 1990, promoveram uma radical reforma do seu sistema escolar, no qual, entre outras mudanças, aumentaram o número de aulas de geografia por semana e modificaram o seu currículo. Acabaram com a geografia tradicional descritiva e procuraram ligar a geografia com a vida, com os problemas do mundo, do país e do lugar onde a escola está inserida. Vejamos agora alguns trechos de falas proferidas durante essa semana no Congresso norte - americano:

  • “Todos nós no congresso imaginamos que é de vital importância melhorar nosso sistema educacional, se quisermos manter nossa posição competitiva na economia mundial. Como parte desse esforço, devemos assegurar de que os jovens americanos tenham uma clara compreensão de como o mundo é e quais são as influências humanas geograficamente positivas” (senador Edward Kennedy).
  • “Dependemos de uma população bem informada para manter os ideais democráticos que fizeram a grandeza deste país. Quando 95% de nossos estudantes universitários não conseguem localizar o Vietnã num mapa múndi, devemos nos alarmar. Quando 63% dos americanos que participam de uma pesquisa nacional feita pela CBS e pelo jornal Washington Post dar o nome das duas nações envolvidas nas conversações SALT2, estamos falhando em educar nossos cidadãos a competir nesse mundo cada vez mais interdependente” (senador William Bradley)
  • “Ignorar a geografia é uma atitude irresponsável. Ela é tão importante para os negócios e a política doméstica quanto para as decisões militares e de política exterior” (Gilbert Grasvenor, presidente da Sociedade Nacional de Geografia dos Estados Unidos).

1José William Vesentini é Doutor e Livre Docente em Geografia e Professor e Pesquisador no Departamento de Geografia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da Universidade de São Paulo (USP). Leciona e orienta alunos nos cursos de graduação e pós-graduação (mestrado e doutorado).
2SALT: sigla em inglês das Negociações para Limitações de Armas Estratégicas - (Estrategic Arms Limitation Talks), que ocorreram nos anos 1970 entre as duas superpotências da época, Estados Unidos e União Soviética.)".

FONTE: (VESENTINI, José William. “Sociedade e Espaço: geografia geral e do Brasil”. São Paulo: Ática, 2005, p. 9 - 11).

posted byDonarte N. dos Santos Jr.@sexta-feira, dezembro 16, 2005   0comments
quinta-feira, 15 de dezembro de 2005
Sistema Kanban:

Muitos de vocês estudantes já devem ter ouvido o termo just-in-time. Mas afinal o que é isso?
Para entendermos o que é exatamente o just-in-time, façamos uma rápida retomada, um retorno no contexto socioeconômico mundial. À Primeira Revolução Industrial (Inglaterra, séc. XVIII, carvão, máquina a vapor, indústrias têxteis, etc.), seguiu-se a Segunda Revolução Industrial (últimas décadas do séc. XIX até o final da década de 1970 – nos países desenvolvidos).
Quando da Segunda Revolução Industrial a Inglaterra deixou (gradativamente) de ser o centro e quem assumiu foi EUA e Alemanha. Nos Estados Unidos surgiram modelos de produção muito característicos: o taylorismo e o fordismo. Destes dois detenhamo-nos, neste texto, no fordismo. Henry Ford (1863-1947) foi sem dúvida o pioneiro da indústria automobilística. Absorveu em parte as idéias do engenheiro Frederick W. Taylor (1856-1915), mas foi além. O fordismo caracterizava-se pela produção em série: “produção em massa consumo em massa” (slogan do fordismo).
Após a década de 1970, esse modelo, centrado nas indústrias automobilísticas e petroquímicas, declinou. Surge, após a década de 1970, a Terceira Revolução Industrial (ou revolução técno – científica). A chamada revolução técnico – científica (também pode ser assim) é caracterizada pelo uso e avanço de atividades como: Informática, Telemática (computadores em conexão, em rede), Robótica, Biotecnologia e Medicina.
A Terceira Revolução Industrial está intimamente relacionada, também com a Globalização (os franceses chamam: Mundialização) e a mudança nos métodos de produção. É que leva o nome de “capitalismo social”.
No modelo fordista não se levava em conta o gosto do cliente. Os automóveis eram todos iguais. Ford costumava dizer que não importava que todos os carros fossem pretos, o que realmente importava é que todos tivessem automóveis.
Os competitivos japoneses criaram o método kanban. Este método está atualmente em todo o mundo e caracteriza-se por produzir no tempo certo e na quantidade exata. Nesse método não se estoca produtos, não há desperdício e se produz conforme o gosto do consumidor. Chegamos ao final de nossa breve análise. O método kamban ficou conhecido como just-in-time, do inglês “no tempo justo”.

Breve esquema do que foi visto no texto:

  • Primeira Revolução Industrial: ocorreu na Inglaterra, no século XVIII foi até meados de 1870. Teve como fonte de energia o carvão. A máquina mais usada era a máquina a vapor. As indústrias mais difundidas eram as têxteis;
  • Segunda Revolução Industrial: teve início nas últimas décadas do século XIX foi até final da década de 1970;
  • A Inglaterra deixou de ser o centro. EUA e Alemanha assumem;
  • Modos de Produção: taylorismo e o fordismo;
  • Henry Ford (1863-1947): foi o pioneiro da indústria automobilística. Usou as idéias do engenheiro Frederick W. Taylor (1856-1915);
  • Fordismo: produção em massa e consumo em massa;
  • Após década de 1970: modelo declina;
  • Após 1970, Terceira Revolução Industrial (revolução técno-científica ou revolução técnico-científica: uso da Informática, da Telemática (computadores em conexão, em rede), Robótica, Biotecnologia e Medicina;
  • É intimamente relacionada com a Globalização;
  • O que mudou? Os métodos de produção.
  • Que nome recebe a mudança? “Capitalismo social”.
  • O fordimo não levava em conta o gosto do freguês.
  • Os japoneses inventam o método kanban conhecido como just-in-time.
  • Just-in-time: Produção no tempo certo e na quantidade exata.
  • Just-in-time: do inglês “no tempo justo”.

Bibliografia utilizada: (VESENTINI, José William. “Sociedade e Espaço: geografia geral e do Brasil”. São Paulo: Ática, 2005).



posted byDonarte N. dos Santos Jr.@quinta-feira, dezembro 15, 2005   0comments
quarta-feira, 14 de dezembro de 2005
Economias de Transição
A televisão, o jornal, o rádio, a mídia em geral utiliza-se, invariavelmente, de termos como “Primeio mundo” e “Terceiro Mundo”. São expressões indiscriminadamente usadas para designar respectivamente os países ricos e pobres. De todos esses termos, o primeiro a surgir foi “Terceiro Mundo”, no ano de 1952. Foi sugerido por um estudioso francês, chamado Alfred Sauvy (demógrafo). O termo trata-se de uma “comparação entre os países pobres e o terceiro estado da França nas vésperas da Revolução de 1789. O terceiro estado era constituido pela burguesia [...] e pelo povo em geral” (VESENTINI, 2004)
Logicamente podemos pensar: Se existe/existiu um “Terceiro Mundo” e existe/existiu um “Primeiro Mundo”, então, deve haver, também, um “Segundo Mundo”. O raciocínio está correto! O Segundo Mundo, antigamente, tratava-se dos chamados Estados Socialistas. Hoje, esses Estados são chamados de “Economias de Transição”.
Com o fracasso do socialismo na então União Soviética e seu conseqüente desmantelamento (1991) os países do Segundo Mundo iniciaram a sua transição de volta ao sistema capitalista, de mercado. “Economia de Transição” é um termo utilizado pela ONU, UNESCO, Banco Mundial e ainda outros órgãos internacionais para se referir aos países socialistas ou que seguiam uma economia planificada, e, que atualmente buscam sua inserção definitiva no capitalismo.
A transição nas nações ex-socialistas não se dá de maneira igual. Em sua caminhada de retorno ao capitalismo algumas nações avançam mais rapidamente que outras.
Vejamos isso rapidamente.
A então Alemanha Oriental é hoje uma província da Alemanha. Sua incorporação se deu em 1990 meses após a queda do Muro de Berlim (1989). É sem dúvida a região que mais se desenvolveu, graças à injeção de pesados recursos por parte da então Alemanha Ocidental; mais desenvolvida e industrializada. O problema enfrentado pela região é o preconceito, discriminação. A população dos alemães orientais é vitima de exclusões feitas pelos alemães ocidentais que se consideram os “verdadeiros alemães”. Esse preconceito se dá porque, na verdade, a integração deste território tem saído muito onerosa ao Estado; pois se trata de uma região menos desenvolvida.
Outros países que podemos considerar avançados em suas transições são: República Theca e Eslovênia, acompanhados de perto por Hungria, Polônia e Croácia. A República Theca separou-se da Eslováquia e vem crescendo economicamente ano a ano. Os tchecos sempre quiseram se separar dos eslovacos, pois estes últimos eram menos desenvolvidos e acabavam por ser um “peso” econômico a ser carregado. Hoje a República Tcheca já não enfrenta tantos problemas como os do desemprego e da inflação. A Eslovênia era a região mais desenvolvida e rica da Iugoslávia; possuindo muitas indústrias. Com a separação, a Eslovênia tem mostrado um desenvolvimento bastante rápido. Hungria, Polônia e Croácia deverão expandir ainda mais suas economias o que provavelmente ocorrerá com sua entrada na União Européia (Hungria, Polônia, e, também, República Tcheca e Eslovênia foram admitidos em 2004). Quase no mesmo patamar destas nações podemos destacar ainda Letônia, Estônia e Lituânia que hoje não dependem mais da Rússia. Em último lugar nesse grupo destacam-se Bulgária e Romênia que contam ambos com problemas na transição: possuem industrialização defasada.
Num grupo intermediário seguem Rússia, Casaquistão, Ucrânia, Moldávia, Belarus, Albânia, Eslováquia, Sérvia e Montenegro. Todos estes enfrentam problemas de desemprego, inflação, descontentamento popular e surgimento de partidos políticos conservadores que podem levar a um retrocesso.
No extremo oposto do processo de transição há países que pouco ou nada avançaram, tais como: Coréia do Norte e Cuba. Estas nações insistem no modelo socialista e planificado, porém são obrigados a fazerem algumas transformações, aberturas econômicas, etc.
Há, ainda, para finalizar, países que faziam parte do antigo mundo socialista e que são indiscutivelmente considerados como do “Sul subdesenvolvido”: Mongólia, Vietnã, Laos, Camboja, Moçambique, Angola, Usbequistão, Tajiquistão, Turcomenistão e Azerbaijão. “Alguns desses países são ricos em petróleo ou gás natural, outros têm populações islâmicas radicais; alguns dependem até hoje da Rússia [...] outros, como o Vietnã, têm sido mais bem sucedidos na industrialização recente. Deixando de lado as diferenças que existem entre os países deste último grupo” (VESENTINI, 2004).
Para simplificar o estudo:

“Ranking” das “Economias de Transição”:
1. Alemanha Oriental;
2. República Tcheca e Eslovênia;
3. Hungria, Polônia e Croácia;
4. Letônia, Estônia e Lituân;
5. Bulgária e Romênia;
6. Rússia, Casaquistão, Ucrânia, Moldávia, Belarus, Albânia, Eslováquia, Sérvia e Montenegro;
7. Coreia do Norte e Cuba;
8. Vietnã;
9. Mongólia, Laos, Camboja, Moçambique, Angola, Usbequistão, Tajiquistão, Turcomenistão e Azerbaijão.
Obs: A China é um caso totalmente à parte e merece estudo separado por conter uma série de particularidades.
posted byDonarte N. dos Santos Jr.@quarta-feira, dezembro 14, 2005   0comments
terça-feira, 13 de dezembro de 2005
Desigualdades na distribuição da renda e conquistas sociais.
Alguns já devem ter ouvido falar de uma estranha comparação estatística, frequentemente utilizada para se analisar as desigualdades nas nações. Trata-se das comparações entre os 10% mais ricos de um país e os 60% mais pobres. Abaixo segue um texto bastante esclarecedor sobre isso. Possível questão de vestibular... ATANÇÃO!


"Como regra geral (existem pouquíssimas exceções), as desigualdades sociais nas economias periféricas ou subdesenvolvidas são bem maiores que nas nações desenvolvidas. Na Colômbia por exemplo apenas 2,6% da população possui cerca de 40% das riquezas do país; no Chile, somente 2% dos proprietários possuem 50% das terras agrícolas; e, na Namíbia, os 10% mais ricos da população concentram 64,5% de toda a renda nacional.
É claro que desigualdades existem em qualquer lugar do mundo, mas em países subdesenvolvidos elas são maiores e com freqüência muito grandes. Isso quer dizer que nos Estados do Terceiro mundo, os ricos são mais ricos e os pobres mais pobres em comparação com o restante do mundo.
Nos países desenvolvidos, geralmente, os 10% mais ricos ficam com parcelas da renda nacional que variam de 21,3% (como Dinamarca) até no máximo 29% (nos Estados Unidos). E os 60% da população com menor renda, nesses países, ficam geralmente com parcelas de renda nacional que variam de 41,2% (na Dinamarca) até um mínimo de 31,8% (nos Estados Unidos).
Nos países periféricos, pelo contrário, os 10% mais ricos da população possuem u mínimo de 23% da renda nacional (como na Índia) até um máximo de 64,5% (na Namíbia); por outro lado, os 60% mais pobres com uma percentagem da renda nacional que varia de 37,5% (na Índia) até um mínimo de 9,8% (na Namíbia).
Na tabela a seguir temos mais alguns dados para ilustrar esse fato em três países subdesenvolvidos e três desenvolvidos.

*O índice Gini é uma fórmula internacionalmente aceita, que mede as desigualdades sociais na distribuição de renda. Ele varia de 0 (uma situação utópica ou apenas ideal, ou seja, uma nação com uma distribuição de renda perfeita, sem qualquer desigualdade) até 1 (o oposto, a maior desigualdade social teoricamente possível); porém, nesta tabela, trocou-se 1 por 100.

Dessa forma as nações subdesenvolvidas não são apenas (em vários casos nem principalmente) pobres, mas também injustas. E, por outro lado, essa menor desigualdade social que existe e países desenvolvidos não é algo que sempre existiu – pelo contrário, eles tinham no passado, até inícios do século XX, desigualdades que, às vezes, eram até maiores que as que ocorrem hoje no Terceiro Mundo – ; ela resultou de conquistas sociais: lutas por melhores condições de trabalho por seguro desemprego, previdência, etc. Veja estes exemplos:

  • Na França, os 10% mais ricos da população detinham 30% da renda nacional em 1970 e hoje possuem 24,8% desse total; e os 60% mais pobres, que dispunham de apenas 25% desse montante em 1970, hoje possuem 37%.
  • Na Itália, os 10% mais ricos concentravam 29% da renda do país em 1970 e, hoje, dispõem de 23% desse total, enquanto, no lado oposto, os 60% mais pobres tinham 33,6% em 1970 e hoje têm 38,3%."

(VESENTINI, José William. “Sociedade e Espaço: geografia geral e do Brasil. São Paulo: Ática, 2005, p. 41)

posted byDonarte N. dos Santos Jr.@terça-feira, dezembro 13, 2005   0comments
domingo, 11 de dezembro de 2005
Energia Solar.
“Os raios solares que chegam até nosso planeta representam uma quantidade fantástica de energia. Calcula-se que eles poderiam produzir um total de energia elétrica cerca de duas mil vezes maior que toda a energia elétrica mundial em 2000 (de usinas nucleares, termelétricas e hidrelétricas). E isso levando em conta apenas os raios solares recebidos pelas partes emersas da superfície terrestre: os continentes e as ilhas. O problema consiste em descobrir como aproveitar essa energia de forma econômica e como armazená-la (construção de ‘baterias solares’).” (VESENTINI, José William. “Sociedade e Espaço: geografia geral e do Brasil. São Paulo: Ática, 2005, p. 139).
Acima a “Solar One”, a maior central solar do mundo, situada no Deserto Mojave, próximo a Barstow, na Califórnia, Estados Unidos. Lá, 1818 espelhos orientáveis ocupam 32 hectares e fornecem uma potência elétrica de 10 megawatts por um custo de 140 milhões de dólares. É muito pouco se compararmos com Itaipu, a maior usina hidrelétrica do mundo (no momento) que tem uma potência de 14.000 megawatts. Colocando isso na prática, para entendermos melhor, são necessários 3.300 megawatts para se abastecer uma cidade com 1 milhão de habitantes por um ano.
posted byDonarte N. dos Santos Jr.@domingo, dezembro 11, 2005   0comments
sábado, 10 de dezembro de 2005
Vestibular aplica provas no Estado
"CORREIO DO POVO PORTO ALEGRE, SÁBADO, 10 DE DEZEMBRO DE 2005
Vestibular aplica provas no Estado
Na busca pelas vagas de verão, candidatos realizam disputados concursos neste sábado e domingo
Neste sábado e domingo, os 7.775 candidatos inscritos no vestibular de verão de 2006 da PUCRS estarão realizando, a partir das 16h, as provas desta edição, que oferece 4.348 vagas em 66 opções de cursos. O concurso ocorrerá nos prédios 11, 12, 15, 30 e 50 do Campus Central da universidade, na avenida Ipiranga/PoA, e no Campus Viamão. Os cursos mais procurados são Medicina (19,51 candidatos/vaga), Odontologia (5,63), Publicidade e Propaganda/manhã (4,85), Publicidade e Propaganda/noite (4,52), Jornalismo/manhã (4,37), Jornalismo/noite (3,70), Psicologia/noite (3,66), Ciências Biológicas (3,33), Administração/Comércio Internacional (3,26) e Arquitetura e Urbanismo (3,15).
Este é o segundo vestibular em que a PUCRS realiza provas no final de semana, concentrando os exames em dois dias. A experiência feita no concurso de inverno, de acordo com o coordenador de Ingresso, Antônio Carlos Jardim, foi considerada positiva também pelos candidatos. Oferece um ambiente mais tranqüilo e produtivo, eliminando o estresse do trânsito dos dias úteis. Nos dois dias de provas, a PUCRS proporciona aos familiares e acompanhantes dos vestibulandos atividades de lazer, oficinas e palestras. Além dessas opções, o Museu de Ciências e Tecnologia estará aberto e os acompanhantes terão desconto no ingresso.
Para evitar atraso, a PUCRS recomenda a chegada ao campus às 15h. Neste sábado, serão realizadas as provas de Física, Biologia, Língua Portuguesa e Redação. No domingo, ocorrem os exames de Química, Geografia, História, Literatura Brasileira, Matemática e Língua Espanhola ou Língua Inglesa. Mais informações sobre o concurso: www.pucrs.br/vestibular, fone (51) 3320-3557 ou Setor de Vestibulares (pelo fone 3320-3500/ramal 4483).
Também neste fim de semana, estarão realizando provas na Região Metropolitana de Porto Alegre, os centros Universitários Uniritter e Unilasalle. No interior do Estado, aplicam as provas Universidade Católica de Pelotas (UCPel), Castelli Escola Superior de Hotelaria (Canela), Setrem (Três de Maio), Facenp (Nova Petrópolis) e Cefet/Enologia (Bento Gonçalves). Conferir na tabela."
posted byDonarte N. dos Santos Jr.@sábado, dezembro 10, 2005   0comments
sexta-feira, 9 de dezembro de 2005
O que caí na prova de Geografia da PUCRS (verão de 2005).


Geografia

Geografia Geral

  • Elementos cósmicos que compôe o universo: origens e caracterizações.
  • Dinamicidade da Terra no sistema planetário:
    Rotação e tranlação da Terra (ocorrência, consequências e relações com eventos cotidianos).

  • Litosfera e estrutura interna da Terra - constituição e características principais.
  • Continentes e hidrosfera - distribuição dos continentes e oceanos; principais rios, bacias hidrográficas e formações lacustres; importância da hidrosfera para a vida humana.
  • Orientação (contextualizada e convencional) e meios de orientação.
  • Coordenadas Geográficas - localização absoluta.
  • Fusos horários: hora legal, hora do Brasil e hora solar.
  • Cartografia: projeções cartográficas - escala - convenções cartográficas - legenda.
  • Clima - elementos do clima; fatores climáticos; massas de ar; os grandes conjuntos climáticos; o clima e suas influências. Principais classificações.
  • Paisagens vegetais - fatores da distribuição da vegetação; as grandes paisagens vegetais.
  • Relevo terrestre - principais formas de relevo; dinâmica de origem interna e de origem externa.
    O processo demográfico no mundo atual - distribuição geográfica da população; crescimento demográfico; movimentos migratórios; composição da população: por idade, por sexo e por atividade; condições alimentares e sanitárias.
  • Atividades econômicas:
    Uso da terra ( agricultura, pecuária, extrativismo vegetal e animal);
    Indústria (tipos e fatores: indústria moderna; fontes de energia, matérias-primas, grandes áreas industriais);
    Comércio externo.
  • Transportes e comunicações.
  • A Geopolítica mundial (relações internacionais - formação de megablocos e organizações contemporâneas do mundo).
  • Urbanização - as cidades nos países centrais e periféricos; evolução; metropolização; problemas urbanos.
  • Questão ambiental no mundo.

Geografia do Brasil

  • Questões naturais do Brasil e do Rio Grande do Sul (localização - clima - vegetação - relevo - hidrografia
  • Regiões brasileiras e suas características físicas, humanas e econômicas.
  • População brasileira e do Rio Grande do Sul - distribuição da população; crescimento demográfico; movimentos migratórios; composição da população: por idade, por sexo e por atividade; condições alimentares e sanitárias.
  • Economia brasileira e do Rio Grande do Sul:
    Agricultura, pecuária e extrativismo vegetal e mineral;
    Indústria - evolução; indústria moderna; matérias-primas; áreas industriais;
    Comércio interno e externo.
  • Transportes e comunicações.
  • Urbanização - evolução das cidades; metropolização; problemas urbanos referentes ao Brasil e ao Rio Grande do Sul.
  • Paisagens culturais brasileiras e gaúchas.
posted byDonarte N. dos Santos Jr.@sexta-feira, dezembro 09, 2005   0comments
O Brasil e o investimento externo.
"Brasil sobe para 7º lugar entre os mais atrativos para se investir
Fluxo de investimentos diretos estrangeiros saltou em cerca de 80% para um total de US$ 18,2 bilhões em 2004.

Londres
O Brasil ganhou 10 posições, da 17ª para a 7ª, no ranking de países mais atraentes para investimentos diretos estrangeiros (IDE) elaborado anualmente pela consultoria A.T. Kearney. O retorno do Brasil ao grupo de 10 países mais atraentes reflete uma recuperação da confiança externa no país e pode indicar aumento dos fluxos de investimentos diretos. Intitulado Índice de Confiança para o Investimento Direto Estrangeiro, o estudo baseia-se em entrevistas com centenas de executivos das maiores empresas do mundo e é uma das principais referências do mercado internacional para se avaliar o sentimento dos investidores. "Os fluxos de investimentos diretos estrangeiros para o Brasil saltaram em aproximadamente 80%, atingindo US$ 18,2 bilhões em 2004", informou a consultoria. "Esse bom momento nos investimentos poderá continuar, com o Brasil retornando ao grupo dos 10 países mais atraentes." A A.T. Kearney afirma que a recuperação econômica e o crescimento dos níveis de renda alimentaram o interesse dos investidores estrangeiros em atacado e varejo, que posicionaram o país como o seu terceiro destino mais preferido. "Investidores dos setores de empresas utilitárias, telecomunicações e serviços financeiros, que previamente rejeitavam o Brasil diante da instabilidade macroeconômica e regulatória, estão agora reavaliando o mercado brasileiro", disse. A A.T. Kearney observou que "com a inflação e a dívida brasileira sob controle", os investidores do setor financeiro colocaram o Brasil como o seu 14º destino preferido. Os investidores em telecomunicações e empresas prestadoras de serviços públicos elegeram o Brasil como o seu 16º destino mais atraente. Em 2004, os executivos dessas indústrias haviam colocado o Brasil além da 25ª posição. As empresas do setor de eletrônicos, que tinham escolhido o Brasil na 6ª posição em 2004, consideram agora o país como o terceiro destino preferido. Segundo a consultoria, as montadoras de veículos mantêm um forte interesse no Brasil, posicionando-o no 6º lugar, ante o 5º lugar registrado no ano passado. Pela primeira vez desde que começou a ser elaborado em 1998, o indicador registra dois países emergentes como destinos mais atraentes. Pelo quarto ano consecutivo, a China manteve a liderança, mas o destaque foi a Índia, que subiu da terceira para a segunda colocação, desbancando os Estados Unidos, que caíram para terceiro. O Reino Unido manteve a quarta posição. Quase todos os países do Leste Europeu subiram no ranking."
posted byDonarte N. dos Santos Jr.@sexta-feira, dezembro 09, 2005   0comments
Mercosul
Novidades sobre os interesses e a Geopolítica da entrada da Venezuela no Mercosul.
Atenção alunos do 3º ano!!! Possíveis questões a este respeito no vestibular!!!!!!!
"Conjuntura
Chávez pede "socialismo radical" para a América Latina
Mercosul conclui a inclusão da Venezuela no bloco de livre comércio


Fragilizado por disputas comerciais entre seus membros, o Mercado Comum do Sul (Mercosul) toma um novo fôlego, mas político a partir de hoje. Na 29ª Cúpula do Mercosul, que se encerra hoje, em Montevidéu, será assinado acordo de adesão da Venezuela ao bloco. Ontem, o presidente venezuelano agradeceu o "grande apoio" dos presidentes de Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai para que seu país possa entrar como membro pleno. - A Venezuela olha para o sul, e nesta sexta-feira chegará a uma condição que esperamos há sete anos - declarou Hugo Chávez. A adesão política será mais rápida que sua convergência para as normas do livre comércio e da união tarifária do Mercosul, que deverão ser desenhadas e apresentadas entre o final de 2006 e meados de 2007. Depois de Chávez, o presidente argentino Néstor Kirchner é o principal interessado na entrada da Venezuela no Mercosul. Com a Venezuela, Kirchner conseguiria reduzir o peso relativo do Brasil no bloco. Além disso, a Argentina precisa do petróleo venezuelano para driblar as crises energéticas que ameaçam esfriar a economia do país. O presidente uruguaio, Tabaré Vázquez, também tem interesse na entrada da Venezuela, já que Chávez anunciou que a estatal petrolífera venezuelana PDVSA vai fazer investimentos no Uruguai. Durante visita a uma escola rural de Bolívar, povoado localizado a cerca de 95 quilômetros de Montevidéu Hugo Chávez, afirmou que a América Latina deve ser cada vez "mais socialista" e "mais radical" para avançar, desenvolver-se e superar as dificuldades de seus povos. - Não devemos ter medo da palavra radical, que significa voltar às raízes, e isso é o que temos que fazer na região - afirmou Chávez. - Os índios que habitaram nossos países eram socialistas. Necessitamos do socialismo para avançarmos juntos na região - acrescentou. Segundo Chávez, a criação da Área de Livre Comércio das Américas (Alca) impulsionada pelos Estados Unidos "está morta". O presidente Luiz Inácio Lula da Silva Lula chegou à Base Aérea número um da Força Aérea Uruguaia (FAU) ontem à tarde. O primeiro ato da agenda de Lula seria à noite, no Teatro Solís. Além das atividades próprias da reunião, Lula se encontrará em Montevidéu com os presidentes Kirchner e Chávez."
posted byDonarte N. dos Santos Jr.@sexta-feira, dezembro 09, 2005   0comments
Venezuela no Mercosul.
posted byDonarte N. dos Santos Jr.@sexta-feira, dezembro 09, 2005   0comments
terça-feira, 6 de dezembro de 2005
Captura de Gás Carbônico

A entrevista abaixa narra uma maravilha. Tudo é bom, bonito, moderno, em fim, a solução. Pena que se trata de uma lenda. As lendas, felizmente, ou neste caso, infelizmente não são verdades.
Só uma palavra rápida quanto ao plantio de “espécies nativas”. Isso, na natureza nunca se daria da forma como é feita pelo homem. Reflorestamento é sempre reflorestamento. Trata-se de uma tentativa de o homem salvar aquilo que está destruindo. A palavra de ordem continua sendo, ainda hoje, PRESERVAR.
Para fechar deixo algumas questões:

  • “Por que são pensadas formas de capturar o gás carbônico CO2 ao invés de se pensar alternativas nos combustíveis?”
  • “Qual o interesse da Peugeot nisso?”
"Preservação
Seqüestro de carbono
LETÍCIA DUARTE/ Enviada especial/Cotriguaçu (MT)

Enquanto 18% dos gases causadores do efeito estufa global são emitidos por veículos, um projeto-piloto desenvolvido pela montadora Peugeot na Floresta Amazônica busca alternativas para compensar a poluição.

Com ações de reflorestamento e monitoramento de plantas, a iniciativa mantida há cinco anos pelo grupo francês pretende ajudar a natureza a seqüestrar carbono da atmosfera, reduzindo o impacto das agressões ambientais.

Intitulado Poço de Carbono, o projeto funciona em uma fazenda de 10 mil hectares, área equivalente a uma vez e meia a cidade de Paris, no município de Cotriguaçu, norte do Mato Grosso. Desde o início das atividades, a antiga propriedade desmatada ganhou mais de 2 milhões de mudas de espécies nativas, que hoje se encontram em fase de crescimento e servem como laboratório vivo para experiências científicas.

Por meio de equipamentos semelhantes a placas solares, dispostos na propriedade, os pesquisadores medem os níveis de concentração de carbono absorvida pela jovem floresta e estimulam o plantio de espécies com maior potencial de retenção.

A absorção de carbono passou de 1,5 tonelada para quatro

Com duração prevista até 2038 e um orçamento estimado em 10 milhões de euros (aproximadamente R$ 27 milhões), o trabalho começa a mostrar frutos. Segundo o engenheiro agrônomo Paulo César Nunes, do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e pesquisador de monitoramento de carbono da fazenda, a média observada ali é de quatro toneladas de carbono absorvidas por hectare/ano. Antes, a média de absorção era 1,5 tonelada por hectare/ano. Das mais de 50 espécies nativas plantadas, as campeãs na retenção de carbono são árvores que também embelezam a paisagem: ipê-rosa, figueira branca, aroeira e paineira.

- A experiência é inédita, não tem ninguém medindo carbono em área de reflorestamento no Brasil. Árvores em fase de crescimento têm maior capacidade de absorção - afirma Nunes.

Desde 2000, foram identificadas mais de 500 espécies de animais no local, contabiliza o engenheiro florestal Vespasiano Assumpção, coordenador do projeto. Entre os parceiros do estudo, estão o Serviço Nacional de Florestas da França, a Universidade Federal do Mato Grosso e a Universidade Estadual do Mato Grosso.

Apesar dos bons resultados, o presidente mundial da Peugeot, Jean-Martin Folz, garante que a montadora não pretende lucrar com o projeto, nem negociar créditos de carbono no mercado (negociação permitida pelo Protocolo de Kyoto).

- Esse projeto é um mecenato científico e ecológico - assegura Folz.

Como Folz admite, não se trata de bondade. A redução da emissão de poluentes é vista como uma necessidade para garantir o futuro do negócio automobilístico - e da própria sociedade.

A repórter viajou a convite da Peugeot"
(FONTE: Disponível em: Zero Hora Digital)
posted byDonarte N. dos Santos Jr.@terça-feira, dezembro 06, 2005   0comments
domingo, 4 de dezembro de 2005
Os oceanos
Ao contrário do que o nome Terra sugere a maior parte da superfície do nosso planeta, cerca de 70%, está coberta por água. Esse grande volume de água recebe o nome genérico de oceano. O termo "oceano" provém de "Okeanos", palavra grega que significa "rio". Esse nome foi dado pelos antigos navegantes gregos à enorme corrente de água que eles observavam fluir para fora do Mediterrâneo, através do estreito de Gibraltar, e que sugeria ser um grande rio. Podemos definir oceano como sendo grandes áreas da crosta do nosso planeta que estão cobertas por água.

O fundo dos oceanos é formado por fina camada de basalto vulcânico solidificado que cobre a manta da Terra. A essa cobertura damos o nome de "costa oceânica". Os oceanos contém, aproximadamente, 94% do total da água existente no nosso planeta. A área total coberta pelos oceanos da Terra é de 361 milhões de quilômetros quadrados e seu volume é de 1370 milhões de quilômetros cúbicos. No cálculo desses valores não incluimos os mares que não estão conectados aos oceanos, tais como o mar Cáspio. Como sabemos, a água que forma os oceanos é salgada. A água doce líquida disponível na Terra corresponde praticamente à água subterrânea nela existente.
A água existente no nosso planeta distribui-se na atmosfera e na parte superficial da crosta até uma profundidade de aproximadamente 10 quilômetros abaixo da interface atmosfera/crosta, constituindo a hidrosfera. A hidrofera consiste em uma série de reservatórios de água como os oceanos, geleiras, rios, lagos, vapor de água atmosférica, água subterrânea e água retida nos seres vivos. O constante intercâmbio entre esses reservatórios compreende o que chamamos de ciclo de água ou ciclo hidrológico, movimentado pela energia solar. Esse é o processo mais importante da dinâmica externa da Terra.
Para que servem os oceanos?
São várias as funções desempenhadas pelos oceanos e uma das principais é a manutenção do equilíbrio térmico do nosso planeta, afetando diretamente seu clima e temperatura. A capacidade calorífica dos oceanos é muito importante para manter relativamente estável a temperatura da Terra. São os oceanos que moderam a temperatura do nosso planeta, absorvendo a radiação solar incidente sobre ele e armazenando-a como energia térmica. Em seguida, uma vez que o oceano é percorrido por várias correntes que estão sempre em movimento, essa energia térmica é distribuida por todo o planeta. É essa energia térmica que aquece a terra e o ar durante os frios meses do inverno e os esfriam nos meses quentes do verão. As correntes oceânicas desempenham um papel significante na transferência de calor no nosso planeta. Por exemplo, existem importantes correntes marítimas que levam o forte calor do equador terrestre na direção dos pólos. A "Corrente do Golfo" (Gulf Stream), uma das mais fortes correntes existentes, surge no Golfo do México e se desloca para o hemisfério norte. Ela passa pelo mar do Caribe, costa dos Estados Unidos e cruza o oceano Atlântico até atingir a Europa. A Corrente do Golfo transporta uma grande quantidade de calor para as regiões mais frias do hemisfério norte e, desse modo, contribui para a melhoria das condições climáticas na Europa. A água líquida também é responsável pela maior parte da erosão e desgaste das rochas dos continentes da Terra, um processo que é único no Sistema Solar hoje, embora ele possa ter ocorrido no planeta Marte em épocas bastante remotas.

Os oceanos da Terra
A International Hydrographic Organization (IHO) define que existem cinco oceanos no nosso planeta. Eles não são entidades fisicamente separadas. Ao contrário, todos os oceanos da Terra estão conectados uns aos outros. Podemos, portanto, considerar que o nosso planeta possui um único oceano, uma única estrutura global de água salgada interconectada ao longo de todo o planeta, a que damos o nome de "oceano mundial". Esse "oceano mundial" é subdividido em cinco regiões pelos continentes agora existentes na Terra.
A tabela abaixo mostra os oceanos do nosso planeta:
Observação: todos os valores dados acima são aproximados.
Surge um novo oceano: o Oceano do Sul Até o ano 2000 era reconhecida a existência de apenas quatro oceanos na Terra: Atlântico, Pacífico, Índico e Ártico. No outono de 2000, a International Hydrographic Organization (IHO) delimitou um novo oceano, o oceano do Sul, que circunda o continente Antártico e se extende do litoral desse continente até 60 graus de latitude sul. A International Hydrographic Organization é formada somente por países que possuem contato com o mar. Dos seus 68 países membros, 28 responderam à enquete promovida pela IHO sobre se a região oceânica que circunda a Antártida deveria ou não ser considerada um oceano. Todos esses países, com exceção da Argentina, concordaram que ele deveria ser criado e ter um nome único. Dos países que responderam à consulta, 18 preferiram o nome "oceano do Sul" em vez de "oceano Antártico". Esse foi então o nome adotado. Quanto à escolha do limite do oceano do Sul, metade dos países que responderam à consulta do IHO queriam que ele fosse até 60o de latitude sul. Sete outros países queriam que o limite mais ao norte desse novo oceano fosse até 50o de latitude sul. Como a latitude de 50o sul passa pelo território da América do Sul, enquanto que 60o de latitude sul não corta nenhum continente, a IHO decidiu, mesmo com o apoio de apenas 50% dos membros que responderam à consulta, considerar que o limite mais ao norte do oceano do Sul é a latitude de 60o sul. Essa latitude também é o limite do Tratado da Antártida firmado pelas Nações Unidas. No ano 2000 foi publicada a terceira edição do "Limits of Oceans and Seas (S-23)", livro que é a maior autoridade global sobre os nomes e localizações de mares e oceanos. Nele já estava estabelecida a existência do oceano do Sul como o quinto oceano da Terra. É preciso ter atenção ao fato de que nem todos os países reconhecem a existência desse oceano. Os Estados Unidos não reconhecem a IHO como o órgão responsável pela definição dos nomes e limites de mares e oceanos. Para eles somente o United States Board on Geographic Names pode fazer isso. Consequentemente, a National Geographic Society, dos Estados Unidos, também não reconhece a existência do oceano do Sul. Antes que a IHO tivesse criado o oceano do Sul, os oceanos Atlântico, Pacífico e Índico eram considerados se estenderem até a Antártida. Assim, para os países que não reconhecem a existência do oceano do Sul, os oceanos Atlântico, Pacífico e Índico continuam a banhar as costas da Antártida, como mostra o mapa ao lado. Além disso nem todos os países aceitam os limites do oceano do Sul propostos pela IHO. Segundo esta organização internacional o oceano do Sul é aquele que circunda o continente Antártico e está entre 60o de latitude sul e a costa desse continente. No entanto essa definição não é aceita universalmente. Por exemplo, embora a Austrália aceite a definição do oceano do Sul feita pela IHO eles incluem nesse oceano todo o corpo de água que está entre a Antártida e as costas sul da Austrália e Nova Zelândia, marcando assim os seus mapas. Em particular, os mapas costeiros da Tasmânia e do sul da Austrália sempre dão o nome de "oceano do Sul", e não oceano Índico, às áreas de mar vizinhas.
Os mares
Definimos mares como sendo pequenas partes de um oceano parcialmente envolvidas por terra. Alguns mares também se encontram completamente cercados por terra. Os mares variam muito em tamanho. Os maiores mares existentes são o mar do Sul da China, o do Caribe e o Mediterrâneo. Além dos mares, o recorte dos litorais dos continentes dá origem a outros acidentes marítimos menores tais como golfos, estreitos, etc.
O fundo dos oceanos
A maior parte dos fundos dos oceanos da Terra permanece inexplorada e não mapeada. Entretanto, o que conhecemos mostra que os fundos dos oceanos possuem relevo diversificado. Os fundos dos oceanos não são inteiramente planos. Neles encontramos cordilheiras submarinas, montanhas isoladas e profundos vales que atingem surpreendentes profundidades. Aproximadamente metade das águas marítimas existentes no mundo têm mais de 3000 metros de profundidade. A profundidade média dos oceanos da Terra (não incluindo os mares que não estão conectados a eles) é de 3790 metros. O mapa abaixo mostra o relevo submarino existente no fundo do Oceano Pacífico.


Margeando os continentes encontramos relevos planos, as plataformas continentais, extensões submersas dos continentes que apresentam pequena declividade rumo ao alto mar. No oceano Atlântico a plataforma continental é contínua e larga. No litoral sudeste do Brasil a plataforma continental tem uma largura superior a 160 quilômetros. Já no oceano Pacífico a plataforma continental é bastante reduzida.


Sabemos que a plataforma continental terminou quando ocorre uma mudança acentuada na declividade do relevo. Essa transição é chamada de quebra da plataforma e marca o início do talude continental. O talude continental é marcado pela inclinação acentuada (1:40) na direção do fundo dos oceanos. Ele prossegue até o fundo dos oceanos, a profundidades da ordem de 3000 metros. Na base dos taludes continentais encontramos uma região de relevo irregular que chamamos de elevação continental ou sopé continental. Ela se estende de 3000 a 5000 metros e apresenta declividades intermediárias entre aquelas observadas nas plataformas e nos taludes continentais. Os oceanógrafos chamam de margem continental a esses três componentes do relevo oceânico ou seja, a plataforma, o talude e o sopé continental. Após a margem continental vem a chamada planície abissal. Elas são áreas extensas e muito profundas, que apresentam relevo relativamente plano. As planícies abissais se estendem da base das elevações continentais até os relevos íngremes e abruptos das cordilheiras oceânicas, em profundidades superiores a 5000 metros. As planícies abissais formam as maiores extensões dos relevos do fundo de todos os oceanos. Elas são localmente interrompidas pela presença de séries de montes submarinos, elevações existentes no fundo dos oceanos e que possuem alturas entre 200 e 1000 metros. Encontramos também no fundo dos oceanos montanhas submarinas, elevações isoladas que podem ter mais de 1000 metros de altura. As ilhas que vemos aflorar sobre as águas dos oceanos nada mais são do que as partes emersas das irregularidades que encontramos no relevo das planícies abissais. Encontramos ainda no fundo dos oceanos as cordilheiras oceânicas regiões montanhosas longas e contínuas, ladeadas pelas planícies abissais. Elas estão presentes em todos os oceanos e são resultados da ação das placas tectônicas no fundo do mar. As regiões centrais das cordilheiras oceânicas apresentam as maiores atividades tectônicas existentes nos fundos dos oceanos. O Oceano Atlântico é cortado por uma enorme cordilheira submarina chamada Dorsal ou Cadeia Meso-Atlântica que se estende da parte mais ao sul do globo terrestre até a Islândia, situada quase no Círculo Polar Norte. A Cadeia Meso-Atlântica é um sistema contínuo de montanhas submarinas que se estende por 84000 quilômetros. A crista dessa cordilheira é a linha média que divide o oceano Atlântico em duas partes. Ela é o limite geográfico de separação entre as placas tectônicas Sul-americana e Africana, que se deslocam com sentidos divergentes, de separação. A cordilheira Meso-Atlântica tem uma profundidade que varia entre 1800 e 3000 metros. Ela possui uma largura entre 100 e 400 quilômetros. No eixo dessas montanhas, a região central da crista, verificou-se a existência de uma grande depressão, o "rift valley". Essa depressão tem 25 a 60 quilômetros de largura e alcança profundidades de até 4000 metros. A Cadeia Meso-Atlântica é uma zona de forte atividade sísmica e vulcânica. Existem alguns locais no fundo dos oceanos onde a profundidade é surpreendentemente grande. A esses abismos submarinos damos o nome de fossas submarinas. As fossas submarinas ou oceânicas são depressões alongadas e muito estreitas com lados que apresentam altas declividades. A maior profundidade existente nos oceanos da Terra encontra-se na região das ilhas Salomões, no Oceano Pacífico. Nela está a "fossa da Mariana", cuja maior profundidade é a "Challenger Deep" com 10924 metros.


O mapa abaixo mostra as bacias dos oceanos terrestres mapeadas com altímetros a bordo de satélites. Qualquer característica com mais de 10 quilômetros existente no leito dos oceanos foi detectada devido à distorção gravitacional que ela provoca na superfície do mar. Esse trabalho foi feito pela agência norte-americana National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA).

As correntes oceânicas

Em todos os oceanos da Terra existem partes do seu meio líquido que apresentam um deslocamento quase permanente em uma determinada direção preferencial. A esses "rios" que se situam dentro da massa líquida dos oceanos damos o nome de correntes. As correntes oceânicas possuem tamanhos variados tanto em largura como em extensão. Muitas delas são capazes de fluir por milhares de quilômetros tanto ao longo dos oceanos como atravessando-os. No hemisfério norte a circulação oceânica de superfície ocorre no sentido horário enquanto que no hemisfério sul ela se dá no sentido anti-horário. Mostramos abaixo dois mapas históricos que apresentam as correntes marítimas. O primeiro deles data de 1911. O outro mapa foi feito em 1943.


As correntes oceânicas são muito importantes na modificação do clima de diversas regiões do planeta. No hemisfério norte são as correntes de água quente que se deslocam para o norte as responsáveis por termos regiões em latitudes extremas com clima bem mais ameno do que se elas não existissem. Além disso, as correntes oceânicas também são responsáveis pela dispersão de muitas formas de vida pelos oceanos da Terra. Na parte sul do oceano Atlântico existe a chamada Corrente de Benguela, uma corrente de água fria que percorre as costas da África até a altura de Angola. À medida que ela se aproxima de latitudes menores sua água vai absorvendo calor. Quando está próxima ao Equador da Terra, essa corrente desloca-se na direção ocidental gerando a chamada Corrente Sul Equatorial. Essa corrente se desloca até o litoral nordeste do Brasil. A partir daí ela vai para o sul com o nome de Corrente do Brasil, uma corrente formada por águas quentes. Essa Corrente do Brasil se estende por quase toda a margem continental brasileira.

A composição da água dos oceanos

A água dos oceanos é uma solução complexa. No entanto, de modo geral, há uma agradável uniformidade na sua composição química em todos os oceanos da Terra. A água dos oceanos difere da água fresca tanto pela concentração mais alta de componentes dissolvidos como pelas propriedades físicas que dependem desses componentes dissolvidos. A massa total, em gramas, de todas as substâncias sólidas dissolvidas em um quilograma de água do mar era a medida original do conteúdo de sal nessa água. A isso os cientistas davam o nome de salinidade. A salinidade é, em geral, medida em termos de "partes por milhar". Abreviadamente isso é escrito como "o/oo". A salinidade média global das águas dos oceanos é cerca de 35 gramas por quilograma de água. Isso pode ser escrito como 35 o/oo ou então podemos dizer que os oceanos têm cerca de 3,5% de sal (por peso). Hoje, baseados no conhecimento de que a condutividade elétrica da água do mar é diretamente proporcional à salinidade, os cientistas medem a salinidade com medidores especiais de condutividade, tanto no mar como nos laboratórios.

Por que a água dos oceanos é salgada?

À medida que a água flui nos leitos dos rios ela arranca pequenas quantidades de sais minerais das rochas e do solo que formam os leitos dos rios. Isso faz com que a água dos rios seja muito levemente salgada. Ao desaguarem nos mares e oceanos, a água dos rios deposita neles seus componentes salgados em suspensão. A água que forma os mares e oceanos somente é retirada deles por meio de evaporação ou pelo congelamento nas regiões polares. No entanto, o sal permanece dissolvido nos oceanos e mares uma vez que ele não evapora. Assim, à medida que o tempo passa a água dos mares e oceanos passou a ser cada vez mais salgada. A salinidade ou seja, o conteúdo de sal, existente na água dos oceanos varia. Os oceanos e mares contém aproximadamente 5 x 1016 toneladas de sal. Uma medida de 0,028 metros cúbicos (que corresponde à medida inglesa de um pé cúbico) de água do mar média (ou seja, retirada de algum lugar sem grande salinidade) contém 0,9988 quilograma (correspondente à medida inglesa de 2,2 pounds) de sal. A água mais salgada que existe no nosso planeta está no mar Vermelho e no Golfo Pérsico. Nesses lugares encontramos uma salinidade de cerca de 40 o/oo. Isso é devido às taxas de evaporação muito rápidas existentes nesses locais assim como ao pequeno influxo de água fresca nessas duas regiões. Os mares menos salgados estão nas regiões polares onde tanto o derretimento do gelo polar assim como a grande quantidade de chuva diminui a salinidade.



As principais propriedades físicas da água oceânica

As principais propriedades físicas da água dos oceanos variam muito entre as várias localizações onde elas são medidas. Isso se deve ao fato de que, como já dissemos, a água do mar contém muitas substâncias dissolvidas assim como pequenas partículas em suspensão. Além disso, ela está sumetida a amplos intervalos de temperaturas e pressões dependentes da profundidade analisada. Devido a isso, os cientistas consideram como principais as seguintes propriedades físicas da água dos oceanos:

  • densidade
  • velocidade do som
  • penetração da luz: A medição da intensidade luminosa sobre a superfície dos oceanos depende de vários fatores entre eles a altitude do Sol, a transparência da atmosfera, a cobertura de nuvens e as perturbações climáticas. A luz solar incidente sobre a superfície dos oceanos é refratada e penetra na água, com uma pequena quantidade sendo refletida de volta para a atmosfera. Ao passar através da água, a luz solar é dispersada às expensas de absorção e dispersão. Mais de 60% da energia luminosa transmitida é absorvida no metro superior da água do mar. Em profundidades superiores a 1000 metros, em algumas ocasiões, foi detectada a presença de luz mas somente com o auxílio de equipamentos bastante sensíveis. Dependendo das condições de iluminação da superfície do oceano e da transparência e claridade da água, é possível distinguir objetos até a profundidades de 300 metros a partir de um submersível tripulado.
  • temperatura do ponto de congelamento

Qual a cor da água dos oceanos?

Sabemos que a parte visível da luz solar é formada por um conjunto de comprimentos de onda que caracterizam as cores vermelho, laranja, amarelo, verde, azul e violeta, as chamadas "cores do arco-íris". Essa é uma parte do espectro solar. Quando a luz solar incide sobre os oceanos os vários comprimentos de onda que a formam são dispersados e desigualmente absorvidos pela água. A estrutura espectral da luz solar muda com o aumento do profundidade. A parte da radiação visível de grande comprimento de onda, que caracteriza a cor vermelha, é completamente absorvida nas camadas superficiais da água. A parte predominante do espectro espalhado é aquela cujo comprimento de onda corresponde à cor "verde-índigo". Em grandes profundidades somente a parte da radiação visível de comprimento de onda curto, que caracteriza a cor azul, consegue penetrar. Parte da luz solar incidente sobre o espelho de água é refletido por essa superfície, refletindo a cor azul do céu. No entanto, parte da radiação solar visível incidente penetra na água e é espalhada pelas ondulações e partículas ali existentes. Isso tinge os oceanos com a cor dessas partículas. Na água mais profunda a maior parte da radiação solar é espalhada pelo oxigênio existente na água e isso espalha mais ainda os comprimentos de onda relativos à cor azul. Algumas vezes outros fatores influenciam a cor da água dos mares. Por exemplo, o mar Vermelho frequentemente parece ser vermelho devido às algas vermelhas que ali vivem. O mar Negro parece ser quase negro por que ele tem uma alta concentração de sulfureto de hidrogênio (H2S), um gás que tem o cheiro de ovo podre e que parece negro.

A relação entre a vida existente na Terra e os oceanos

Os oceanos existentes no nosso planeta constituem um caso único no Sistema Solar. Nenhum outro corpo celeste entre todos os que existem no Sistema Solar, seja planeta, satélite natural, asteróide ou cometa, possui água em estado líquido. A Terra é o único planeta desse sistema em cuja superfície existe água em forma líquida. Existem provas de que planetas como Marte possuem água na forma de gelo e que, provavelmente, a tiveram em estado líquido num passado recente (sob o ponto de vista astronômico). A nossa Lua também possui água na forma de gelo mas não no estado líquido. Outros corpos celestes, como por exemplo, Europa, um dos satélites naturais de Júpiter, provavelmente possui oceanos abaixo de sua superfície. Em Titã, um dos satélites de Saturno, também deve haver oceanos. No entanto, em vez de água, esses oceanos devem ser formados por metano ou etano líquidos. A água líquida é, certamente, essencial para a vida como nós a conhecemos. Sabemos que a vida na Terra se originou nos mares. Ainda hoje os oceanos continuam a ser o lar de uma enorme diversidade de seres vivos. Graças aos oceanos a vida não desapareceu da Terra durante os vários processos de extinções em massa que ocorreram ao longo de sua existência.

O ciclo da água
O constante intercâmbio de água entre os vários reservatórios que existem no nosso planeta realiza o chamado ciclo da água ou ciclo hidrológico. Esse ciclo é iniciado pela energia solar e representa o processo mais importante da dinâmica externa da Terra. Partindo do volume total de água relativamente constante que existe na Terra, podemos acompanhar o ciclo hidrológico, que se inicia com o fenômeno da precipitação meteórica. Essa precipitação representa a condensação de gotículas a partir do vapor de água presente na atmosfera, dando origem à chuva. Quando o vapor de água transforma-se diretamente em cristais de gelo e estes, por aglutinação, atingem tamanho e peso suficientes, a precipitação ocorre sob forma de neve ou granizo, responsável pela geração e manutenção do importante reservatório de água doce representado pelas geleiras nas calotas polares e nos cumes de montanhas. Parte dessa precipitação retorna quase imeditamente para a própria atmosfera devido à evaporação direta que ocorre durante o percurso dessa água em direção à superfície terrestre. A essa fração evaporada na própria atmosfera devemos acrescentar o vapor de água formado sobre o solo e aquele liberado pela atividade biológica de organismos, principalmente as plantas, através da respiração. Esta soma de processos é chamada de evapotranspiração. Nele a evaporação direta é causada pela radiação solar e vento, enquanto a transpiração depende da vegetação local. A evapotranspiração em áreas florestadas de clima quente e úmido devolve à atmosfera até 70% da precipitação. Em ambientes glaciais o retorno da água para a atmosfera ocorre pela sublimação do gelo, na qual a água passa diretamente do estado sólido para o gasoso, pela ação do vento. Em regiões florestadas, uma parcela da precipitação pode ser retida sobre folhas e caules, e só irá sofrer evaporação mais tarde. Esse processo é chamado de interceptação. Com a movimentação das folhas pelo vento, parte da água retida continua seu trajeto para o solo. A interceptação, portanto, diminui o impacto das gotas de chuva sobre o solo, reduzindo sua ação erosiva. Uma vez atingido o solo, dois caminhos podem ser seguidos pela gotícula de água. O primeiro é a infiltração que depende principalmente das características do material que cobre o solo. A água de infiltração, guiada pela força gravitacional, tende a preencher os vazios no subsolo, penetrando cada vez mais profundamente, e terminando por abastecer o corpo de água subterrânea.
A segunda possibilidade ocorre quando a capacidade de absorção de água pela superfície é superada e o excesso de água inicia o escoamento superficial, impulsionado pela gravidade para zonas mais baixas. Este escoamento inicia-se através de pequenos filetes de água, efêmeros e disseminados pela superfície do solo, que convergem para os córregos e rios, constituindo o que chamamos de "rede de drenagem". O escoamento superficial, com raras exceções, tem como destino final os oceanos. É bom lembrar ainda que parte da água de infiltração retorna à superfície através de nascentes, alimentando o escoamento superficial. Ela também pode seguir rotas de fluxo mais profundas e lentas e reaparecer diretamente nos oceanos. Durante o trajeto geral do escoamento superficial nas áreas emersas e, principalmente na superfície dos oceanos, ocorre a evaporação da água. Isso realimenta o vapor de água atmosférico. Desse modo o ciclo hidrológico fica completo. Estima-se que os oceanos contribuem com 85% do total anual de água evaporada e os continentes com 15% por evapotranspiração.
O que faz surgirem ondas no oceano?
São os ventos que causam o aparecimento de ondas nas superfícies dos lagos, mares e oceano. Os ventos transferem parte de sua energia à água, através da fricção entre as moléculas do ar e as da água. A maior ou menor intensidade dos ventos fará o surgimento de grandes ou pequenas ondas, respectivamente, na superfície líquida dos mares ou oceanos. As imagens abaixo mostram ondas fortíssimas fotografadas no inverno de 1989 no oceano Atlântico norte.

Ao contrário do que somos levados a imaginar, as ondas nos mares e oceanos não representam fluxos de água. As ondas que se propagam em meios líquidos não se movem horizontalmente. Seu movimento é apenas na direção vertical, para cima e para baixo.
(FONTE: Disponível em: <http://www.on.br/revista/conteudo/nosso_planeta/mares/oceanos/oceanos.html>. Acesso em: 04/12/2005)
posted byDonarte N. dos Santos Jr.@domingo, dezembro 04, 2005   0comments
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Algumas ideias que batizaram e permeiam o presente ciberespaço; pensamentos mais ou menos fixos que o autor tem:
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A Mitologia Grega...:

- “A Argo: Nave dos Argonautas, construída sob a direção de Minerva, nos bosques de Dodona. O termo significa ‘rápido.’

O Fernando Pessoa...:

- o seguinte poema do escritor português:


Navegadores antigos tinham uma frase gloriosa: "Navegar é preciso; viver não é preciso". Quero para mim o espírito [d]esta frase, transformada a forma para a casar como eu sou: Viver não é necessário; o que é necessário é criar. Não conto gozar a minha vida; nem em gozá-la penso. Só quero torná-la grande, ainda que para isso tenha de ser o meu corpo e a (minha alma) a lenha desse fogo. Só quero torná-la de toda a humanidade; ainda que para isso tenha de a perder como minha. Cada vez mais assim penso. Cada vez mais ponho da essência anímica do meu sangue o propósito impessoal de engrandecer a pátria e contribuir para a evolução da humanidade. É a forma que em mim tomou o misticismo da nossa Raça. (Fernando Pessoa)



A antipatia a Nietzsche...:

- Parece poder ser possível usar o Nietzsche contra ele mesmo: "Nietzsche vs Nietzsche", pois o que ele escreve, se bem analisado, é contraditório (no mal sentido do termo). Assim, isso é bem possível de ser feito...

A contra-argumentação aos céticos...:

- “Só se poderia negar a validez à demonstração se se provasse, com absoluta validez, que o homem nada pode provar com absoluta validez” (SANTOS, Mário Ferreira dos. Filosofia Concreta. São Paulo: É Realizações, 2009, p. 61).

 
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    Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil
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    - É Licenciado em Geografia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS).
    - É Especialista no Ensino de Geografia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS).
    - É Mestre em Educação em Ciências e Matemática (PUCRS).
    - É Mestrando em Filosofia (PUCRS).
    Atuação Profissional:
    - Foi Técnico em Geoproce ssamento do L/li/liaboratório de Tratamento de Imagem e Geoprocessamento (LTIG) da PUCRS.
    - É Professor da Prefeitura Municipal de Porto ALegre.
    Título da primeira dissertação de mestrado:
    “Geografia do espaço percebido: uma educação subjetiva”, que alcançou grau máximo obtendo nota 10,0.

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